Lula anuncia linhão para a Ilha do Marajó

O secretário de Integração Regional do Estado, André Farias, informou que o projeto da linha de transmissão tem custo orçado em R$ 300 milhões e prazo de 36 meses para execução. A linha, conforme esclareceu André Farias, vai de Cametá para Portel e de Portel até a cidade de Breves, de onde se espalhará pelos demais municípios da ilha do Marajó.

 

A universalização da oferta de energia, contemplando também consumidores isolados e pequenas comunidades rurais, será assegurada no arquipélago marajoara, conforme destacou o secretário de Integração Regional, através do programa Luz Para Todos, do Governo Federal. Nesse trabalho o secretário admitiu, inclusive, a possibilidade do recurso a fontes alternativas de energia.

 

O vice-presidente de operações da Celpa, José Alberto Alves Cunha, declarou mais tarde, ao ser procurado pela reportagem do DIÁRIO, que o projeto encontra-se na Eletrobrás já em fase final de análise para assinatura de contrato.

 

AJUDA

 

O presidente, que recebeu fora da agenda, no Hilton Hotel, o prefeito Duciomar Costa, informou também haver recebido, de Duciomar, alguns projetos prevendo possíveis parcerias com o governo federal.

 

Lula fez referência ao Portal da Amazônia, no qual estão sendo investidos em parceria, conforme frisou, recursos da ordem de 125 milhões de dólares. O Portal da Amazônia é composto por dois grandes projetos – a macrodrenagem da Estrada Nova e a Orla de Belém, esta projetada com mais de seis quilômetros de extensão.

 

“Eu conversei com o prefeito, agora mesmo, e vou conversar com a governadora”, afirmou o presidente. E acrescentou: “Vamos investir mais dinheiro nos projetos da prefeitura, a fim de que possamos apressar tanto o projeto da orla quanto o da macrodrenagem”.

 

Presidente rechaça palpites externos

“As pessoas que vêm visitar o Brasil precisam saber do seguinte: tomem conta do que é seu, que o Brasil toma conta do que é dele”. A declaração, em tom cordial, mas incisivo, foi feita ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na entrevista que concedeu à imprensa pouco antes do seu embarque para Brasília. Da entrevista participaram vários jornalistas estrangeiros que vieram a Belém fazer a cobertura do Fórum Social Mundial.

 

Foi justamente de um deles a pergunta que levou o presidente brasileiro a mandar o duro recado à comunidade internacional. O repórter havia perguntado a Lula o que ele achara das críticas feitas ao Brasil e especificamente ao seu governo por alguns participantes do Fórum Social Mundial, por causa do desmatamento e de denúncias sobre a destruição da biodiversidade amazônica.

 

O presidente observou, primeiramente, que seria praticamente impossível, num evento com a magnitude do FSM, que não surgissem críticas ao Brasil e ao seu governo. Por aí, portanto, a crítica seria natural. Entretanto, enfatizou Lula, tem muita gente que fala sobre a Amazônia sem conhecer a Amazônia e se esquecendo de que a região pertence ao Brasil e, por conseguinte, é única e exclusivamente o Brasil que detém direitos sobre ela.

 

“Ademais, há por aí muita gente que vive dando palpites sobre a Amazônia sem saber que aqui vivem quase 25 milhões de habitantes que querem trabalhar, que querem ter acesso a bens materiais e que, portanto, não admitem que a Amazônia seja um santuário da humanidade”, disse ele. Acrescentou que, na região, graças a um programa implantado pelo governo, já é possível trabalhar corretamente na produção madeireira através de manejo florestal.

 

Parceiros

Lula fez questão de reafirmar os laços de amizade do Brasil com os países amigos, inclusive aqueles com os quais mantém divergências, como Itália e Paraguai. Lula aproveitou a ocasião para enaltecer a parceria estratégica firmada entre Brasil e França.

 

“A nossa parceria está andando muito bem e rapidamente”, afirmou o presidente Lula, destacando que a França vai ajudar a desenvolver a tecnologia do submarino nuclear brasileiro. Acrescentou que a França está implantando no Brasil uma fábrica de produção de helicópteros.

 

Lula reforçou ainda que a parceria pretende criar (provavelmente na Amazônia brasileira) um centro de pesquisa da biodiversidade. “A França é o único país europeu que tem um pedaço de terra na América do Sul. Ou seja, ela tem o privilégio de ser ao mesmo tempo umpaís europeu e também sulamericano”, assinalou.

 

 

Fonte:

Jornal '' Diário do Pará''