Setor de calçados demitiu 2 mil gaúchos desde Novembro

Cerca de dois mil trabalhadores calçadistas foram demitidos no Rio Grande do Sul desde Novembro passado, quando estourou a crise financeira mundial. A cidade mais atingida foi Novo Hamburgo, no Vale dos Sinos, que concentrou em torno de 1,5 mil demissõ

O sapateiro e diretor da Central Única dos Trabalhadores (CUT), João Batista Xavier, avalia que as empresas não têm motivo para ampliar as demissões, já que o câmbio atual favorece a exportação. Em relação ao mercado interno, as medidas tomadas pelo governo federal favoreceram o setor.


 


“O grande debate que sempre deu no nosso ramo é o dólar. Mas se pegar o dólar do mês de Outubro para cá, ele oscilou entre R$ 2,40 e R$ 2,20. Outra medição que a gente sempre tem é a Couromoda, que foi em Janeiro, e que teve vendas muito boas”, afirma.


 


A indústria calçadista gaúcha atua de forma inversa do que no restante do país. Dos 725 mi de pares de sapato produzidos em média ao ano no Brasil, apenas 30% é para exportação. Já no Rio Grande do Sul, 60% da produção é para venda externa. Xavier afirma que, apesar do setor calçadista ser frágil no estado já que é suscetível ao câmbio, a crise mundial não deve ser tão prejudicial quanto ao metal-mecânico.


 


Desde Outubro, 10 mil gaúchos já foram demitidos devido à crise. Os metalúrgicos são os mais afetados, contabilizando mais de 7 mil desempregados.



FONTE: Agência Chasque