10º Congresso da Contag debate melhorias para trabalhadores e trabalhadoras rurais
Aberto na última terça-feira (10/03), o 10º Congresso Nacional da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura – Contag reuniu ministros de Estado, parlamentares, presidentes de partidos políticos, dirigentes de centrais sindicais, delegações es
Publicado 12/03/2009 17:30 | Editado 04/03/2020 16:20
Durante os debates, a unidade do movimento sindical foi apontada como imprescindível para enfrentar o atual período de crise financeira internacional sem prejuízos para os trabalhadores do campo e da cidade. “Trata-se de uma crise gerada pelo centro do capitalismo mundial e não podemos aceitar que a classe trabalhadora pague a conta novamente”, reforçou o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB, Wagner Gomes. “O movimento tem que adotar uma posição firme com relação aos empresários que querem tirar proveito dessa situação”, defendeu o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado da Bahia, Zé de Doutor.
A Bahia, inclusive, é dona da maior delegação do Encontro, com 320 representantes – ao todo, o Congresso conta com 3.150 participantes, de acordo com dados da organização. “A reivindicação da Bahia é a mesma nacional, de encaminhamento de uma base de continuidade à nossa luta para que possamos cobrar do governo as ações necessárias, que dêem resultado aos trabalhadores”, destacou Doutor.
Neste sentido, o crédito agrícola, a reforma agrária, a preservação ambiental, o fortalecimento da agricultura familiar e a implantação irrestrita do Programa Luz para Todos foram apontados como prioridades para garantir eqüidade de oportunidades e justiça social no campo. As reivindicações constam no Projeto Alternativo de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário da Contag – PADRSS, que será alvo de discussões temáticas durante os quatro dias do Congresso. “As propostas do PADRSS são fundamentais para fortalecer a agricultura familiar e enfrentar os impactos da crise financeira mundial, que está sendo aproveitada por empresários oportunistas para flexibilizar os direitos trabalhistas”, atentou o presidente da Central Única dos Trabalhadores – CUT, Artur Henrique.
Pautado na teoria do desenvolvimento rural sustentável, e fundamentado, justamente, na luta pela reforma agrária e pelos direitos trabalhistas, e por melhores condições de vida para os assalariados e assalariadas rurais – entre outros pontos -, o projeto é um dos principais instrumentos da Confederação; apontada como a maior organização camponesa da América Latina. “Os trabalhadores rurais de todo o mundo precisam da Contag para combater a violência no campo e a concentração dos recursos rurais”, defendeu o diretor adjunto da União Internacional dos Trabalhadores na Agricultura e Alimentação – UITA, Gerardo Iglesias.
Campanha em defesa da mulher
No segundo dia de debates, foi lançada a Campanha Nacional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher do Campo e da Floresta. Sob a coordenação da Secretaria Especial Políticas para as Mulheres da Presidência da República – SPM/PR, a campanha integra as comemorações pelo Dia Internacional da Mulher – 08 de março. Elas, aliás, cresceram em termos de participação no Contag e, este ano, representam 39% do público participante.
“O lançamento de uma campanha desse porte, durante o Congresso, é uma forma de mobilizar o movimento sindical de trabalhadores e trabalhadoras rurais para a luta contra a violência doméstica, no trabalho e no próprio movimento”, enfatizou a coordenadora da Comissão Nacional de Mulheres da Contag, Carmen Foro. “Queremos que todos os delegadas e delegadas assumam essa nossa luta, que é permanente”, reforçou.
O 10º Congresso da Contag segue até o sábado (14/03), encerrando-se com a eleição da nova direção da entidade. A atual diretoria foi eleita em 2006, quando da realização do último encontro nacional.
De Salvador,
Camila Jasmin, com informações da Agência Contag de Notícias