Praça ganha nome de Diógenes Arruda
Na última terça-feira (10), a cidade de Afogados da Ingazeira, a 386 km do Recife, prestou uma justa homenagem a Diógenes Arruda. Foi inaugurada no município uma praça para abrigar o projeto Academia da Cidade e o espaço recebeu o nome do líder comunista.
Publicado 12/03/2009 18:47 | Editado 04/03/2020 16:58
“Já faz algum tempo que estamos tentando, junto ao prefeito, dar o nome de Diógenes Arruda a algum espaço de convivência na cidade. Ficamos muito felizes da praça ser batizada com o nome dele porque é também um espaço para a inclusão social”, disse o representante do PCdoB em Afogados da Ingazeira, Alexandre Moraes.
A insistência valeu a pena, pois ao meio dia, desta terça-feira, o prefeito Totonho Valadares (PSB) acompanhado do governador Eduardo Campos e do secretário das Cidades, Humberto Costa (PT), inaugurou a praça Diógenes Arruda Câmara. Uma nova área para a pratica de esportes e lazer no bairro de São Francisco, próximo ao centro do município.
Na última segunda-feira (09), Eduardo Campos, simbolicamente, transferiu a capital de Pernambuco para São José do Egito, por ocasião do centenário da cidade. No dia seguinte, ele visitou algumas das cidades que compõem o chamado Sertão do Pajeú.
Quem foi Diógenes Arruda…
Diógenes Alves de Arruda Câmara nasceu no ano de 1914, em Afogados da Ingazeira, interior pernambucano. Ainda jovem, foi para o Recife onde estudou e se formou em engenharia. Pelas mãos do primo, um estudante de medicina, foi iniciado no comunismo. Desde então, não parou mais de militar pelas causas do povo e pela soberania dos povos.
Do Recife, Diógenes Arruda foi para a Bahia onde conheceu Jorge Amado que dedicou o livro “Subterrâneos da Liberdade” ao amigo. A obra trata dos difíceis tempos da ditadura no Brasil. Período que deixou fortes marcas no comunista.
Por ser militante do PCdoB, Arruda foi perseguido pelos militares, preso e torturado. Exilado no Chile e depois na França, ele nunca parou de perseguir seus ideais libertários até que pôde voltar ao Brasil, em 1979.
Diógenes Arruda faleceu num dia que deveria ser um dos mais felizes de sua vida. Ele havia ido ao aeroporto buscar o amigo João Amazonas que voltava do exílio. No caminho, o coração do comunista não agüentou a emoção e parou de bater.
Do Recife,
Daniel Vilarouca