Militante do PCdoB é homenageada pela sua história no movimento feminista
Advogada atuante, Aglaete Nunes Martins foi uma das 10 homenageadas com o diploma Mulher-Cidadã Leolinda de Figueiredo Daltro, conferido anualmente a ativistas de diversas áreas envolvidas com a causa feminista, entregue pela Alerj, no dia 9.
Publicado 13/03/2009 20:06 | Editado 04/03/2020 17:04
Aglaete é militante do movimento feminista desde 1972, quando atuava na Brasil Mulher, entidade que mesmo durante a Ditadura Militar lutava pelos direitos da mulher e por democracia. Antes disso, Aglaete foi membro do Centro Acadêmico Rui Barbosa, na Universidade Cândido Mendes.
“Acredito que essa homenagem foi um reconhecimento não apenas para mim, mas para todas as mulheres que lutam por direitos iguais. Esse diploma é uma resposta à nossa dedicação em defesa da emancipação feminina”, comemorou a advogada.
Durante a sessão, foi exibido o anúncio publicitário desenvolvido para a campanha “Eu digo não à violência contra as mulheres”, lançada pela Alerj. Neste ano, a campanha tem com foco os homens. O diploma é entregue há seis anos pela Alerj.
Outras agraciadas
Também foram agraciadas com o diploma: a presidente da Associação de Mulheres Mãos que Constroem, Elenice Silva; a diretora administrativa do Movimento de Mulheres de São Gonçalo, Estelina Máxima Bispo; a fundadora do grupo Mulheres de Água Limpa (Gruma), Inês Maria das Graças Gomes Silva; a coordenadora do Projeto Recicla Cachoeiras, Jorcinete da Gloria Nascimento Arnaud; a militante dos direitos humanos em Barra Mansa, Leda de Souza Fonseca; a integrante do movimento feminista de Campos, Margarida Estela Mendes do Nascimento; a educadora Rogéria Peixinho; a fundadora do Núcleo de Mulheres de Niterói, Rosália de Oliveira Lemos, e a coordenadora do Movimento D’Ellas de Luta contra a Intolerância Sexual, Racial, Religiosa e Cultural, Yone Lindgren.
Quem foi Leolinda?
Natural da Bahia, a educadora Leolinda Daltro trabalhou com grupos indígenas em Goiás. Precursora do movimento feminista no Brasil, fundou, em dezembro de 1910, no Rio de Janeiro, o Partido Republicano Feminino, depois que a Justiça negou seu pedido de alistamento eleitoral. Também foi a responsável pela mobilização, em novembro de 1917, que reuniu quase cem mulheres, em marcha pelas ruas do Rio de Janeiro pelo direito ao voto. A rebeldia de Leolinda e de suas companheiras chamou a atenção da imprensa, provocou polêmica e deu visibilidade à condição feminina no Brasil. Ela foi a primeira feminista candidata às eleições municipais, em 1919.