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Diretor do BC defende desindexação da poupança

O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Mario Torós, defendeu a continuidade da desindexação da economia, inclusive da poupança, de modo a evitar “problemas” para a política econômica do país.

“Se não houver uma continuidade da desindexação da economia, poderá haver empecilhos para a política econômica como um todo”, disse o diretor, reforçando que essa necessidade envolve não só taxas indexadas de poupança e fundos de pensão, mas também preços administrados, como o da conta de luz. Questionado sobre se o BC estaria estudando medidas para a poupança, Torós lembrou que a remuneração da caderneta não é tema para a autoridade monetária e tem de ser abordada por lei, no Congresso Nacional.


 


Segundo dados apresentados pelo diretor no 3º Seminário Internacional de Renda Fixa promovido pela Andima e pela Cetip, a taxa real de juros do país em março está em 5,4%, considerando a taxa de swap de 360 dias em relação à expectativa de inflação do período.


 


Ata do Copom


 


A variação é inferior à taxa fixa de 6% da poupança, o que vem acelerando debates em torno da necessidade de alterar essa indexação específica, tendo em vista a perda de atratividade de outros tipos de investimentos. Para Torós, a remuneração de outros fundos de investimentos dependeria de mais talento e criatividade por parte dos gestores. Na ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na quinta-feira, o assunto também é abordado no 25º parágrafo.



 
“Além do fato de que mudanças da taxa básica de juros têm efeitos sobre a atividade e a inflação que se acumulam ao longo do tempo, a avaliação do Copom sobre o espaço para flexibilização monetária adicional também leva em conta aspectos, resultantes do longo período de inflação elevada, que subsistem no arcabouço institucional do sistema financeiro nacional”, diz o documento. Torós, que é membro do colegiado, se esquivou de responder se a taxa fixa da poupança poderia estar limitando a margem de cortes da taxa Selic.


 


A informação é do Valor online