Governo quer acabar com a disputa no Senado
A eleição para a Presidência do Senado ainda não acabou. As denúncias que marcaram os últimos dias da casa, impedindo as atividades normais, incluindo as votações em plenário, podem se arrastar na próxima semana. O senador Tião Viana (PT-AC), der
Publicado 20/03/2009 16:50
O ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, reuniu as lideranças do PT – os senadores Aloízio Mercadante (SP) e Ideli Salvatti (SC) e do PMDB – Renan Calheiros (AL) e Romero Jucá (RR) em uma tentativa de fazer cessarem os ataques mútuos.
A intervenção do governo na disputa entre PMDB e PT no Senado tem a preocupação de evitar o afastamento do PMDB dos apoios que o governo quer para a sucessão presidencial. O governo vê nessa disputa uma antecipação do embate político das eleições de 2010
Perto do fim
A próxima semana, apesar de todos os esforços, incluindo dos presidentes das duas casas legislativas, para resgatar a normalidade do ambiente de votações, ainda deve ter alguma repercussão da disputa política. Mas as acusações mútuas entre PT e PMDB devem chegar ao fim. As denúncias de irregularidade no Senado não interessa nem a base aliada e nem a oposição, porque os estragos à imagem da instituição atinge todos os senadores, independente do partido a que pertence.
Nessa disputa de favorecimentos fisiológicos, que envolve a senadora Roseana Sarney (PMDB-MA), acusada de ter comprado passagens aéreas para parentes com a cota do gabinete, e Tião Viana, que teria cedido à filha um telefone celular do Senado, sem limites de gastos, para uma viagem de férias ao México, quem ganha é a oposição.
As acusações de lado a lado alimentam a pauta política da oposição – a luta contra a corrupção. Por isso, o embate no Legislativo representa uma prévia das eleições presidenciais. E a base aliada, com o reforço de parte do PMDB, está municiando a oposição, que torce para um ambiente de conflagração.
Sem trancamento
Na Câmara dos Deputados, a situação se complicou desde que o presidente Michel Temer (PMDB-SP) decidir fazer nova interpretação à regra do trancamento da pauta pelas medidas provisórias. A oposição ameaça com obstrução a votação da MP 449 – que perdoa dívidas de tributos até R$10 mil e renegocia todas as dívidas tributárias -, que está há duas semanas esperando para ser votada.
O deputado Flávio Dino (PCdoB-MA) apoia a decisão do presidente da Câmara de mudar a interpretação da Casa para a tramitação de MPs). Pela mudança, as matérias oriundas da Casa poderão ser votados em sessões extraordinárias da Câmara; a pauta só seria trancada por MPs nas sessões destinadas à votação de leis ordinárias. Isso porque, segundo Temer, as MPs não podem tratar dos temas reservados àquele tipo de propostas.
De Brasília
Márcia Xavier
Com agências