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União Africana suspende Madagáscar

O Conselho de Paz e Segurança da União Africana (UA) suspendeu Magadáscar, sexta-feira em Addis Abeba, sede da organização, das instâncias da instituição continental devido à destituição do Presidente democraticamente eleito, Marc Ravalomanana.

Ajudado por uma parte do Exército, o ex-presidente da Câmara Municipal de Antananarivo, Andry Rajoelina, tomou o poder quarta-feira (18) após vários dias de manifestações de rua.



Na sequência da demissão do Presidente Marc Ravalomanana, a junta militar criada terça-feira em Madagáscar transmitiu por decreto “plenos poderes” ao líder da oposição, Andry Rajoelina, que se considerou imediatamente “Presidente de transição” e prometeu organizar eleições presidenciais “dentro de 24 meses”.



Sem divergências



O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da França, Eric Chevallier, refutou na quinta-feira em Paris, a existência de qualquer divergência com a UA em relação à crise política em Madagáscar.



“Trabalhamos estritamente com a UA e outros agentes da comunidade internacional, principalmente as Nações Unidas, a fim de facilitar uma solução política para esta crise”, declarou Chevallier.



A França tomou conhecimento quarta-feira da renúncia forçada do presidente malgaxe e anunciou, contudo, a manutenção da sua ajuda pública à ilha do Oceano Índico.



“Não constatámos nenhuma divergência com a UA desde o início da crise (…) A nossa posição é semelhante à expressa pela UA, principalmente em um comunicado emitido pelo seu Conselho de Paz e Segurança a 17 de Março corrente”, insistiu Chevallier.



O porta-voz francês garantiu igualmente que o seu país continuará a trabalhar com a UA e com toda a comunidade internacional a fim de ajudar Madagáscar a encontrar uma vida constitucional normal.


 


Inconstitucional e antidemocrático


Antes disso, o governo da Zâmbia manifestou que não reconhecerá o novo governo de Madagáscar. O ministro zambiano dos Negócios Estrangeiros, Kabinga Pande, declarou durante uma conferencia de imprensa em Lusaka, capital do país, que a Zâmbia não reconhece o governo ilegítimo de Andry Rajoelina que, segundo as suas palavras, é “inconstitucional e antidemocrático”.



“O Governo zambiano deplora que o chefe do Estado democraticamente eleito seja obrigado a demitir-se sob a pressão de uma facção do Exército e de uma pequena parte da população malgaxe conduzida pelo ex-presidente da Câmara de Antananarivo (Andry Rajoelina)”, declarou Pande à imprensa.



Pande convidou a comunidade internacional a tomar medidas apropriadas contra os responsáveis do governo ilegal de Madagáscar a fim de os obrigar a respeitarem a Constituição.



“O fenômeno das mudanças inconstitucionais de governos constitui um avesso e um perigo para a implementação da democracia e da boa governação em África, é preciso lutar contra isto”, indignou-se o diplomata zambiano.