Unegro no combate ao racismo
A Prevenção e o Combate ao Racismo foi tema de debate proposto pela a União dos Negros pela Igualdade – Unegro, no último sábado (21). Durante todo dia, foram distribuídos informativos e cartilhas no centro da cidade sobre a luta contra a discriminaç
Publicado 23/03/2009 09:28 | Editado 04/03/2020 17:08
Para o Presidente Estadual da Unegro, Valdemir Sales, o encontro pretende definir uma agenda de compromisso que priorize a inclusão racial e étnica. “O preconceito e a discriminação racial são práticas que devem ser fortemente combatidas. A Constituição Federal e as Leis Específicas já atuam neste sentido. Precisamos divulgá-las e colocar em funcionamento ações que possam erradicar, de uma vez por todas, uma das maiores injustiças sociais do nosso país”, afirmou.
Durante toda o dia 20 (sexta), a diretoria da Unegro esteve reunida para discutir uma forma de identificar as áreas de terreiros de Ubamda e Candomblé do Estado numa ação conjunta com a Federação Estadual de Umbanda e Candomblé – FEUC. “Esta discussão é fruto de audiência que tivemos com o Ministro de Estado Chefe da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Edson Santos, em Brasília, no último dia 11. A idéia é enriquecer o trabalho que já vem sendo desenvolvido pela FEUC e inserir cada vez mais os direitos humanos nas políticas públicas do Rio Grande do Norte''.
No dia 21 de março, o Mundo inteiro é instigado a pensar sobre atitudes desumanas praticadas por seres humanos, como o racismo, a intolerância, a xenofobia e qualquer outro modo de discriminação. O fato que gerou essa reflexão foi o massacre ocorrido em Shaperville, África do Sul, em 21 de março de 1961. Mulheres e crianças que participavam de um protesto contra a Lei do Passe foram fuziladas pela polícia do regime apartheid. Em 1969, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu este dia como o Dia Internacional de Combate ao Racismo, em homenagem às vítimas desse terrível episódio.
No Brasil, sobretudo, onde o período de escravidão dos negros foi o maior em todo o continente, uma reflexão mais intensa se faz necessária. A cordialidade do brasileiro faz com que muitos tenham a idéia errada de que a discriminação racial findou com a abolição da escravatura em 13 de maio de 1888. As políticas públicas que se desenvolvem para combater o racismo e a desigualdade racial são ainda duramente criticadas pela sociedade.
O fato de se instituir uma data para o combate ao racismo e às outras discriminações não serve apenas para homenagear as vítimas de Shaperville, mas para que o mundo inteiro aja concretamente na eliminação dessas atitudes desumanas. É dessa forma que pensa Valdemir Sales. “A centralidade da luta contra o racismo é condição para a construção de um projeto civilizatório fundado na diversidade e na democracia. O dia 21 de março continua a simbolizar mundialmente um momento de reflexão contra a intolerância racial e a favor da liberdade de expressão”.
HISTÓRICO DA UNEGRO
A União de Negros pela Igualdade – Unegro, foi fundada em 14 de julho de 1988, em Salvador, na Bahia, por um grupo de militantes do movimento negro para articular a luta contra o racismo, com a luta de classes e contra as desigualdades de gênero. Seu principal objetivo é transformar o Brasil numa nação socialista e multiracial. Hoje, está presente nos estados da Bahia, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo.
No Rio Grande do Norte, a Unegro foi instituída em 22 de janeiro, e desde sua criação participa ativamente das principais atividades do movimento negro, contribuindo com a construção, mobilização, divulgação e execução de eventos e campanhas, como o Dia Nacional da Consciência Negra.
Com esta atuação, a União de Negros pela Igualdade se transformou num pólo efetivo de reflexões e organização dos negros brasileiros para a luta contra o racismo.
por Jana Sá – de Natal