Homenagens marcam inauguração da nova sede do PCdoB/DF
Cerca de 100 militantes, dirigentes e amigos do PCdoB participaram da inauguração da nova sede do PCdoB/DF.
O espaço de cerca de 250 metros quadrados, abriga a sede do Comitê Estadual do PCdoB no Distrito Federal e conta também com um auditório de 8
Publicado 02/04/2009 14:17 | Editado 04/03/2020 16:42
Renato afirmou que a crise “é civilizacional; o capitalismo que conhecemos se tornou impotente. Esta crise sistêmica, que muitos dizem que é uma crise econômica, é na realidade uma crise do capitalismo. Tem uma dimensão comparável com a grande depressão de 1929, mas ela vai além, pois sai do processo de globalização. Saídas financeiras e sociais são discutidas, mas não podemos esquecer da política”.
“O papel dos comunistas é de enfrentar este período de crise, que pode ser uma oportunidade de mudanças mais profundas na nossa sociedade, construindo e aprofundando a participação política da nossa sociedade. O partido cresce diante dos desafios, eu nunca vi um partido comunista crescer na maciota, nosso partido se em tempos de calmaria, é na crise que os comunistas mostram sua fibra e sua firmeza” lembrou Rabelo.
“A lógica capitalista é empurrar à população o seu ônus, enquanto os grandes oligopólios são salvos. Precisamos de caminhos alternativos. Não se trata apenas de resolver aspectos econômicos”, apontou Renato. “É necessário defender os empregos e a renda do trabalhador. Trata-se de uma luta política. Nós vamos salvar os responsáveis por ela? Esta não é a alternativa” destacou.
Em seguida o presidente do PCdoB/DF Apolinário Rebelo agradeceu a presença da deputada federal Jô Morais (MG), do presidente nacional Renato Rabelo, do secretário nacional de Organização Walter Sorrentino, do secretário nacional de Finanças, Vital Nolasco, do secretário nacional de Relações Institucionais Ronald Freitas, do secretário adjunto da Secretaria nacional de Juventude da Presidência Danilo Moreira, do presidente da UBES – União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, Ismael Cardoso e dos dirigentes, militantes, aliados e amigos do PCdoB/DF.
“O PCdoB está presente em Brasília desde a fundação da cidade há quase 50 anos, e está preparado para o desfaio de debater os efeitos da crise, assim como o desemprego, a insegurança e a falta de planejamento para o desenvolvimento da capital do país” destacou Apolinário.
Homenagens
Também foram batizados dois espaços da sede em homenagem a dirigentes históricos do PCdoB/DF. O auditório foi batizado em homenagem à Paulo Cassis, dirigente falecido em 2005.
Os familiares de Paulo Cassis participaram da homenagem ao dirigente que começou sua militância na UnB, junto com Honestino Guimarães, e que enfrentou o período mais cruel da Ditadura na clandestinidade em Goiás e São Paulo. Na redemocratização, Cassis retornou à Brasília e após ser aprovado em concurso no Senado, ajudou a fundar o Sindilegis, sindicato dos servidores do Legislativo Federal.
Cassis foi secrteário de movimentos sociais do PCdoB/DF e foi um dos principais impulsionadores do partido na capital. O seu irmão, Luiz Cassis leu um texto emocionante escrito pela irmã Dulcinea intitulado “O dia em que meu irmão saiu de casa”.
“As lembranças são meio nebulosas para mim. Lembro-me de uma cena: em meio a panfletos impressos no mimeógrafo a álcool, meu irmão mais velho, ansioso, andava de um lado para outro. Depois ele sumiu e nunca mais voltou. Voltou para Brasília, voltou para a vida fora da clandestinidade. Mas nunca mais voltou para a minha vida de adolescente. Ele era meu irmão mais velho; hoje eu sei que de velho não tinha nada. Mas para quem é irmã mais nova, oito anos mais nova, ele era como um herói. Brigava com outros rapazes, se algum mexia comigo, me levava ao cinema livre, quando os mais velhos não queriam assistir “filme de criança”.
Depois fiquei sabendo que ele não era só o meu herói. Ele foi herói da luta contra a ditadura. Ele foi herói do Brasil!”
Outro militante homenageado com o batizado da sala da Comissão Política com seu nome foi Adelite Moreira dos Santos, comunista histórico que era o contato da direção nacional no período de maior repressão. Adelite era o responsável pelas atividades de massa, e desafiava a polícia realizando panfletagens nas feiras e eventos populares. Em seguida foi oferecido um coquetel aos participantes do evento.
De Brasília
Gustavo Alves