Chile: candidato da direita ganha apoio de ex-governistas
Faltando apenas sete mese para as eleições, vários movimentos políticos e algumas surpresas inesperadas apimentaram, esta semana, a até então previsível corrida presidencial chilena. O fato mais comentado foi a adesão do senador Francisco Flores, que foi
Publicado 07/05/2009 12:17
Ao longo do tempo, Flores – que foi preso na Ilha Dawson logo após o golpe militar de Augusto Pinochet (1973) – transitou durante anos pela governista Concentración, grupo do qual se desligou no ano passado, ao formar o bloco Chile Primeiro, que hoje apoia Piñera.
As críticas não demoraram, incluindo as declarações da presidente Michelle Bachelet, que disse que, como governante, não deveria opinar sobre os projetos políticos das pessoas, mas caberia a “todos os cidadãos que elegeram Flores como senador da Concertación” .
Em consonância com Bachelet, sua porta-voz, a ministra Carolina Tohá – cujo pai, ministro Allende, dividiu a prisâo com Flores – , afirmou, sem querer opinar sobre o tema: “A coisa importante é perguntar o que pensam e sentem esses cidadãos que fizeram de Fernando Flores senador.”
Pepe Auth, líder do Partido pela Democracia (PPD), que fez campanha para Flores, disse que “certamente muitos dos que eram seus amigos, colegas e todos aqueles que lutaram com ele e estão mortos vão revirar-se em seus túmulos”.
Para Guillermo Teillier, presidente do Partido Comunista do Chile, a chegada de Flores à aliança com Piñera é “inacreditável”. Ele disse que “isso abre esperanças para a direita de que se apague todo que aconteceu durante o Golpe de Estado”. Porém, sublinhou, que não se conseguirá que isso ocorra.
Fontes políticas asseguram, contudo, que este não é o único caso, pois, nos prõximos dias, deverá ser anunciada a menos surpreendente de Carlos Hurtado a Piñera. Hurtado foi ministro no primeiro o governo da Concentración, encabeçado pelo presidente Patricio Aylwin.
Também foi diretor do National Television (TVN) durante o governo “concentracionista” do presidente Eduardo Frei, atual candidato governista na campanha contra Piñera.
Apesar destes e de outros movimentos, uns mais relevantes que outros, a tensa campanha eleitoral não parece ter afetado a aceitação da gestão da presidente chilena Bachelet, que, segundo o mais recente levantamento nacional, atingiu 67% de apoio.
O valor é considerado um registro histórico, com o qual Bachelet superou seus antecessores, os ex-presidentes Patricio Aylwin, Eduardo Frei e Ricardo Lagos, mesmo em um período de crise econômica e ao final de seu mandato.
Fonte: Prensa Latina