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Crise chega forte a bens de capitais

A produção de bens de capitais desabou 29,8% em março, em comparação com o mesmo mês de 2008. Esse número é quase cinco vezes pior que a queda de 6,3% na produção do conjunto da indústria, no mesmo período, ambos seguido o IBGE.

Na mesma base de comparação, também forte houve fortes quedas na agricultura (32,4%); nos setores de energia (51,8%); construção (68,9%) e misto (24,1%, inclui computadores). Segundo o coordenador de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Silvio Sales, a indústria de bens de capital foi o setor a entrar em crise, mas também será o ultimo a sair.


 


Ele disse que, no início da crise, as encomendas já efetuadas evitaram uma derrocada imediata dos bens de capital mas, com a deterioração do cenário econômico, os investimentos foram adiados. “As decisões sobre aquisições de máquinas e equipamentos precisam de um cenário positivo, mais claro, possivelmente os investimentos vão sendo adiados até que o cenário fique mais claro para tomada de decisões”, avaliou.


 


Forma retardada


 


Para o economista Felipe França, do Banco ABC Brasil, o resultado da produção industrial mostra que o setor perdeu quatro anos de crescimento. Sobre o desempenho no segmento de bens de capital, observou ser este o único a ter no horizonte uma linha de planejamento maior: “Por isso, se uma indústria desse segmento tinha um projeto de investimento ano passado, ela não o abandonou por causa dos efeitos da crise”, disse.


 


E acrescentou que, por isso, mesmo quando as vendas da indústria como um todo começaram a cair sob o impacto da crise, a programação da indústria de bens de capital foi mantida. Agora, de forma retardada, o segmento começou a refletir os impactos da crise.


 


A informação é do Monitor Mercantil