Lula Morais volta a questionar venda de energia para Coelce

O deputado Lula Morais (PCdoB) voltou a questionar, na sessão plenária desta quarta-feira (06/05) da Assembléia Legislativa, a lisura no contrato de venda de energia da Central Geradora Termelétrica Fortaleza (CGTF) para a Companhia Energética do Ceará (C

A CGTF compra energia no mercado livre, já que não dispõe de gás para gerar energia térmica, e vende mais caro. Isso quando as represas das geradoras de energia do Nordeste estão com mais de 90% da capacidade reservatória, conforme ressalta o parlamentar.


 


Lula Morais comparou o que ocorre no Ceará com a situação do Paraná, que atualmente passa por período de estiagem, onde as termelétricas só operam quando há redução da capacidade de geração de energia hidráulica. O que o parlamentar discute é o fato do Nordeste atravessar um período chuvoso e ainda assim continuar comprando energia térmica, que chega a custar o dobro da produzida nas hidrelétricas. Para o comunista, a companhia “bota os prejuízos na conta do consumidor e leva o lucro para o exterior”. “E é dito que é legal uma imoralidade dessa”, critica.


 


A energia de fonte térmica corresponde a 41,3% da energia contratada pela Coelce, sendo que desse montante 86,5% são fornecidos pela CGTF que, como salienta Lula Morais, não dispõe de gás para operar, já que desde 2004 a Companhia de Gás do Ceará (Cegás) diminuiu o fornecimento do combustível para a geradora.


 


Segundo ele, este é o trâmite que está elevando as tarifas cobradas dos consumidores cearenses. Recentemente, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou que a Companhia fizesse um reajuste médio de 11,25% no preço da energia consumida no Estado, o que motivou inclusive um pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito na Assembléia feito por Lula Morais. Pedido que já recebeu número suficiente de assinaturas e está sendo analisado pela procuradoria da Casa.


 


A instauração da CPI motivou pronunciamentos dos deputados Moésio Loiola (PSDB), Artur Bruno (PT) e Fernando Hugo (PSDB), que ressaltaram a necessidade de que se investigue a conduta da Coelce. Já o presidente da Casa, deputado Domingos Filho (PMDB), destacou a independência da procuradoria da Casa na análise do pedido de abertura da CPI.


 


Para o presidente do Legislativo estadual, não há qualquer impedimento para que a Assembléia realize a fiscalização dos contratos da Coelce. Domingos Filho também disse que se a companhia energética afirma não existir irregularidades, então não tem razão pare temer a CPI. “Não há por parte da Assembléia Legislativa intenção no sentido de querer criar fatos que inexistam”, enfatizou.



Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social da AL