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PT gaúcho resiste à orientação do Partido de se aliar ao PMDB

Com três pré-candidatos inscritos para disputar a indicação do partido nas eleições para o governo do Rio Grande do Sul em 2010, o Partido dos Trabalhadores (PT) gaúcho não pretende alterar seus planos em favor de uma possível aliança nacional com o PM

A Executiva Estadual do PT, presidida pelo ex-governador e ex-ministro Olívio Dutra, divulgou nota reafirmando a manutenção do calendário e agenda política, que prevê encontro estadual extraordinário nos dias 18 e 19 de julho próximos, quando espera definir candidatos, tática de alianças e programa de governo para a disputa.
 


A escolha acontecerá entre os nomes do atual ministro da Justiça, Tarso Genro (prefeito eleito de Porto Alegre por duas vezes), do deputado estadual Adão Vilaverde (ex-secretário de Ciência e Tecnologia do governo Olívio Dutra) e do prefeito reeleito da cidade de São Leopoldo, Ary Vanazzi.
 


Para a maioria dos petistas gaúchos, a proposta do presidente nacional do partido, deputado Ricardo Berzoini (SP), e do ex-ministro José Dirceu, de uma aproximação com os peemedebistas locais retrata desconhecimento sobre a realidade política do estado, marcada por uma rixa histórica entre PT e PMDB.
 


O ministro Tarso Genro, principal nome do PT para concorrer ao Palácio Piratini, avalia que as críticas de Berzoini à antecipação da definição de candidatos no estado (a executiva nacional previa a discussão somente para fevereiro) evidenciam esta incompreensão e ignoram a politização e a ética do PT local.


 
O deputado estadual Raul Pont, que também foi prefeito de Porto Alegre, duvida que alguém tenha “coragem” de defender a ideia no partido. Os pré-candidatos Adão Vilaverde e Ary Vanazzi partilham a mesma opinião. Para eles, o mais provável é que, se a candidatura da ministra Dilma vingar, ela venha a ter dois palanques no estado – um liderado pelos petistas e outro, pelos aliados peemedebistas, com o atual prefeito José Fogaça como candidato.
 


As lideranças locais do PT consideram impraticável uma aliança com o PMDB, principalmente pela participação do partido na base de apoio da governadora tucana Yeda Crusius. O PMDB, por seu lado, também tem restrições a se aliar aos petistas não só pelas diferenças ideológicas mas porque sabe das dificuldades de manter um relacionamento com o PT no poder. Foi essa marca que fez o PT perder nas últimas eleições para o governo estadual o apoio até dos parceiros tradicionais da chamada Frente Popular (PSB e PCdoB).
 


Além de superar as divisões internas de suas várias correntes, o PT gaúcho também almeja resgatar alianças com o PDT e PTB locais e esta é uma das razões de ter antecipado em cerca de seis meses a indicação de um nome para o governo local. Na avaliação de lideranças gaúchas, fevereiro pode ser muito tarde para buscar parceiros, quando outros partidos já estão em plena movimentação nesse sentido nos bastidores.
 


A Executiva Estadual afirma, na mesma nota, que irá buscar “incessantemente a realização da mais ampla unidade petista bem como a construção de uma sólida aliança político-eleitoral de todos os partidos e segmentos da sociedade civil contrários ao projeto neoliberal do governo Yeda Crusius.”



Fonte: Agência Estado