Roberto denuncia atitude desumana do Metrô Rio

Em pronunciamento realizado no plenário da Câmara Municipal, no dia 07, o vereador do Rio, Roberto Monteiro (PCdoB) denunciou a mentalidade mercantilista e desumana do Metrô Rio, que puniu o agente de segurança Leonardo Francisco Dyonisio por prestar soco

O Metrô impediu que o segurança utilizasse a maleta de primeiros socorros e ainda ordenou que ele abandonasse a ferida que sangrava muito. Como não cumpriu a ordem, Dyonisio foi punido. Além de denunciar esta atitude, Roberto entregou ao agente uma moção de congratulações.



Leia abaixo a íntegra do pronunciamento do vereador Roberto Monteiro.



Metrô Rio mostra sua face desumana



Além de obrigar os passageiros a andarem espremidos como sardinhas nos momentos de maior movimento, o Metrô Rio agora mostra uma face que, sem exagero, é abertamente desumana. Julguem vocês mesmos: no dia 29 de março a jovem Carla Leal dos Reis (25 anos) passava perto da Estação Estácio do Metrô, acompanhada dos pais, quando um marginal os abordou e atirou na jovem, que mais tarde viria a falecer, em um caso amplamente noticiado.



Isso seria apenas mais uma tragédia da constante crônica diária de violência em nossa cidade, se um fato que está sendo denunciado pelo Sindicato dos Metroviários não tornasse o acontecimento um caso ainda mais grave.



Ocorre que, logo após ver a filha ser atingida, a mãe, desesperada, buscou auxílio na estação do Metrô. Imediatamente, o agente de segurança Leonardo Francisco Dyoniso se deslocou para o acesso da estação para atender a vítima. Lá chegando solicitou via rádio a presença do Corpo de Bombeiros e da Policia Militar e iniciou os primeiros socorros, pois o sangramento era intenso.



Solicitou, também, que a supervisão de segurança do Metrô enviasse ao local a maleta com materiais apropriados para primeiros socorros, de modo a fazer o atendimento emergencial de maneira mais efetiva, conforme treinamento de primeiro socorros ministrado pela empresa. Para surpresa do agente, o seu supervisor NEGOU que a maleta com materiais fosse fornecida. E mais: ordenou reiteradas vezes que o Agente retornasse imediatamente à estação.



Ele não atendeu a essa ordem perversa e continuou a prestar atendimento à jovem até a chegada dos bombeiros. O que é mais incrível é que a empresa deu razão ao supervisor, alegando que os agentes não podem sair da estação. O agente Dyoniso foi punido, trocaram seu posto de trabalho e ele está, inclusive, ameaçado de demissão.



Como diz o Sindicato dos Metroviários, para o metrô Rio a vida humana não tem nenhum valor. Fica aqui meu questionamento: será que se não tivesse sido negada a maleta de primeiros socorros a jovem vítima não teria sofrido menos, e até mesmo tivesse chances de espaçar com vida? Na verdade, enquanto a Supervia trata os trabalhadores a base do chicote, para o Metrô Rio a condição de ser humano está vinculada à condição de cliente.



Se o cliente deixa a Estação do metrô, imediatamente perde a condição humana e se sofrer algum acidente ou incidente na porta do metrô, que morra se esvaindo em sangue, que o metrô Rio manterá seus agentes dentro da estação, de braços cruzados, assistindo a agonia do infeliz ex-cliente, sub-humano. É inacreditável que a mentalidade desta direção privada do metrô chegue a este tipo de mercantilismo, que pune o funcionário que age de forma humana e solidária e respalda funcionários que agem como guardas de campo de concentração, “cumprindo ordens”. Quero registrar que estou dando entrada em uma moção de congratulações ao agente Dyoniso como forma de desagravo e como incentivo a seu gesto repleto de coragem e amor ao próximo.