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Em meio à crise, PCdoB fala de gestão pública com inclusão

Crise do capitalismo e políticas públicas para o desporto foram os temas centrais do seminário que reuniu prefeitos, vices e vereadores além dos membros do Comitê Estadual do Ceará neste sábado (16), em Fortaleza. O objetivo do Fórum de Gestores foi

Na abertura do encontro, o presidente do Comitê Estadual do PCdoB no Ceará Carlos Augusto Diógenes, o Patinhas, afirmou que estes fóruns têm importância ímpar tanto para o partido quanto para os seus componentes. “Com a participação de todos e uma maior integração entre a direção estadual, o senador, o deputado federal, os deputados estaduais, prefeitos, vices, vereadores e secretários, com certeza, alcançaremos significativas vitórias e colocaremos o nosso partido num patamar superior na política cearense”, afirmou o dirigente.


 


Patinhas ressaltou ainda que este ano já foram realizadas duas reuniões dos fóruns. “Este é um meio eficaz de entrosamento dos gestores com o PCdoB”, reforçou. O dirigente ressaltou ainda que neste ano em que acontece o 12º Congresso do partido, este contato é fundamental. “Devemos trocar experiências, debater, pautar questões temáticas. Direção, partido e assessorias estarão sempre à disposição dos vereadores e prefeitos”, enfatizou.



 
Renato Rabelo, presidente nacional do PCdoB, avaliou que o partido tem atuação permanente. “Não somos só de eleição. Enquanto outros partidos se tornaram simples apêndices eleitorais, nós temos uma direção que atua constantemente, com instituição de ensino permanente, juventude organizada. Por conta disso, temos que ter uma bússola independente da tempestade. Temos que ter estratégias para nortear a atuação dos comunistas”, afirmou.



 
Crise do capitalismo



 
Rabelo estabeleceu uma troca de opiniões sobre o quadro político brasileiro atual pelo qual perpassa a crise e a sua repercussão no país. O dirigente afirmou que a crise tem um grande impacto sobre o Brasil e que esta não é uma questão qualquer. “Não podemos deixá-la em segundo plano pois certamente atingirá até os projetos a serem instalados nos municípios”, ressaltou.



 
Segundo o comunista, esta não é uma crise financeira, mas sim sistêmica. “O capitalismo está em crise. Não estamos numa crise qualquer pois ela atinge todo o mundo, jpa que surgiu no centro do capitalismo”, alertou. Renato Rabelo ratifica que a lógica do lucro máximo traz a intenção de ampliar os ganhos na esfera financeira. “O capitalismo é um sistema historicamente ultrapassado. Sabemos que a realidade vai cobrar seu preço e sabemos também que para vencer o capitalismo precisamos de tempo. Temos de ter uma visão histórica”, alertou.



 
O dirigente apontou as contradições do sistema capitalista ao ponderar: “como um sistema quer ser social com uma produção privada? Se a produção é privada, a força de produção nunca será favorável à maioria que sempre ficará fora do programa de desenvolvimento”. No socialismo, ressaltou o comunista, o trabalhador deve estar sempre no centro do poder. “Esta crise é um grito de que o sistema capitalista está superado”, defende Rabelo.
 



Para o presidente do PCdoB, o capitalismo busca saídas salvando o capitalista. “A maioria paga a conta. Exemplo disso é o aumento do desemprego”, constata. Com uma analogia, o comunista compara: “o capitalismo é um sistema senil enquanto o socialismo é um sistema ainda jovem, que está crescendo”. Segundo Rabelo, no Brasil o PCdoB é o único partido que tem condições de enfrentar esta questão. “Temos base teórica para isso”.



 
Renato Rabelo enfatiza que o impacto da crise é para todos apesar de ser maior em países em que o capitalismo é mais desenvolvido. “Nós, que fazemos parte do PCdoB, propomos um novo pacto político. Este é o momento. No nosso 12º Congresso iremos discutir um novo projeto nacional de desenvolvimento para o país”, destaca.



 
Eleições 2010



 
O dirigente nacional do PCdoB destacou que já estão em andamento as articulações para as próximas eleições. “Precisamos fortalecer o bloco de esquerda. Isolados, enfrentaremos um jogo político ainda mais difícil”, pondera. Sobre o PCdoB, Rabelo analisa que o partido vem fazendo mudanças e transições no embate político. “Antes nossa atuação era mais discreta. Hoje já participamos de eleições majoritárias em diversos estados. A eleição do senador Inácio Arruda é exemplo deste novo desafio”.



 
Com uma maior visibilidade do Partido no cenário político nacional, Renato Rabelo projeta: “nossa prioridade para as próximas eleições é aumentar nossa bancada federal. A expectativa é que elejamos 30 deputados federais assim daremos uma dimensão maior ao Partido. Temos um grande papel a desempenhar nos próximos meses. Nossa responsabilidade aumenta também”, ratificou.



 
Reflexo da crise nos municípios
 



Ronald Freitas, secretário de Relações Institucionais do PCdoB, ressaltou que, após os cem primeiros dias das novas administrações, os gestores encaram a realidade dos municípios. “As novas administrações tiveram uma problemática a mais para driblar. A crise atinge toda a sociedade em todos os setores. Nos municípios, por exemplo, a queda da arrecadação pode causar grandes danos para as gestões públicas. Arrecadando menos, a tendência é de que os gestores invistam menos”, afirmou.



 
Segundo Freitas, o papel do Estado é intervir nesta lógica tanto nas esferas municipais quanto nas estaduais e federal. “Os gestores devem enfrentar esta crise. Ela não será passageira. Sabemos que a saída para a crise será política e não técnica”. O secretário afirmou que o Brasil tem melhores condições de sair desta crise por não ter mais dívida pública, estar com a inflação sob controle, sem dependência do FMI e uma política externa soberana.



 
Freitas sugere aos gestores que os municípios encontrem formas de discutir a crise. “É importante mobilizar a sociedade na luta contra a crise. Cada gestor conhece a sua realidade e deve buscar a melhor forma de incluir os cidadãos nesta problemática”, avaliou. Para o secretário, os administradores municipais não devem ficar parados esperando soluções. Freitas sugeriu que os gestores realizem audiências públicas, criem fóruns municipais contra a crise, busquem obras do PAC para suas cidades. “É preciso inovar, politizar a sociedade e não pensar partidariamente”, alertou.



 
Inclusão social através do esporte



 
Durante a tarde foi feito um panorama das atividades realizadas pelo Ministério do Esporte (ME). Criado em 2003, o ME surgiu com a missão de democratizar o acesso ao esporte que, além de ser elemento de integração e plataforma de promoção da imagem do Brasil, surge como ferramenta eficaz de inclusão social. “O projeto Segundo Tempo tem sido prioritário para nós. Através da prática no contraturno escolar (quem estuda de manhã, pratica a tarde e vice versa), já atendemos quase um milhão de jovens e já alcançamos investimentos na ordem de R$ 262 milhões de reais”, confirmou Waldemar de Souza, chefe de gabinete do Ministério dos Esportes.
 



O anúncio de que todos os municípios cearenses serão contemplados pelo projeto Segundo Tempo animou gestores e representantes do esporte. “Só no Ceará serão atendidos mais de 90 mil jovens. Esta será uma experiência inédita de universalização do programa num estado brasileiro”, comemorou o chefe de gabinete.



 
Waldemar informou ainda sobre os outros eixos desenvolvidos pelo Ministério no país. “Os programas Pintando a Liberdade e o Pintando a Cidadania realizam trabalhos de inclusão social com apenados e comunidades carentes. Ambos produzem material esportivo a serem doados. Há também os eixos de rendimento e os de infraestrutura esportiva”, destacou. Na promoção de grandes eventos, o chefe de gabinete do Ministério do Esporte ressaltou o trabalho que vem sendo feito na escolha das cidades-sede para a Copa do Mundo de 2014 e para a realização das Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro.



 
Segundo Tempo no Ceará



 
Gilvan Paiva, ex-secretário de Esportes de Sobral, destacou o papel dos comunistas no Ministério e ressaltou a capilaridade gigantesca que se tem ao trabalhar nesta área. “Atuar no esporte continua sendo um trabalho despolitizado. O grande problema continua sendo o financiamento. Não tenho dúvidas de que com mais investimento, o esporte seria uma saída digna para muitas jovens sem perspectivas de vida”, comentou.



 
De Fortaleza,
Carolina Campos