Amorim: comércio de US$ 10 bi com Turquia é viável em 5 anos
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse em Istambul que é “viável e alcançável” que o comércio entre Brasil e Turquia passe dos pelo menos US$ 1 bilhão atuais para US$ 10 bilhões “em um horizonte de quatro a cinco anos”. Amorim acompanh
Publicado 21/05/2009 14:21
Segundo o chanceler, foi o próprio Erdogan, ao se encontrar com Lula, que falou da possibilidade de ampliar o comércio bilateral para US$ 10 bilhões “num horizonte de quatro a cinco anos”. Atualmente, o país é o 51º parceiro comercial do Brasil, mas, de acordo com Amorim, “o comércio com a Turquia vem crescendo, triplicou nos últimos cinco anos.”
Amorim identificou como áreas com potencial de crescimento de exportações as indústrias aeronáutica, de maquinário agrícola e de alimentos. “A Embraer, por exemplo, tem interesse em associar a Turquia, com encomendas prévias ou outro tipo de investimento, no projeto do cargueiro que vai substituir o Hércules”, afirmou o ministro.
Além disso, durante a visita de Lula a Petrobras deverá assinar um acordo de ampliação de uma parceria com a empresa petroleira turca TPAO para exploração de petróleo e gás natural no Mar Negro. Este acordo complementa em US$ 530 milhões uma parceria fechada no início de maio, no valor de US$ 300 milhões.
Ainda durante o encontro, o primeiro-ministro turco confirmou seu interesse em visitar o Brasil em maio de 2010, para outra reunião bilateral. Alegando cansaço, após dez horas de viagem desde Pequim, Lula recusou convite de Erdogan para assistir à final da Copa da Uefa, entre o Werder Bremen, da Alemanha, e o Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, realizada na noite desta quarta-feira em Istambul.
Pontos turísticos
A assessoria da Presidência havia previsto um rápido encontro entre Lula e o presidente ucraniano, Viktor Yushchenko, no intervalo da partida. A Turquia é a terceira e última parte da viagem de Lula ao exterior, iniciada no último fim de semana na Arábia Saudita. Nesta quinta-feira, Lula participou do encerramento de um encontro de empresários turcos e brasileiros e deve visitar pontos turísticos de Istambul.
Uma comitiva de 200 empresários turcos deve visitar o Brasil neste semestre, para participar de um evento em São Paulo. O primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan também manifestou intenção de visitar o Brasil em 2009, aproveitando a realização de mais uma conferência da Aliança das Civilizações.
Esse é um dos resultados do Seminário Empresarial Brasil-Turquia, que o presidente Lula participou. O evento reuniu 150 turcos e 40 brasileiros no Palácio Ciragan, às margens do Canal do Bósforo, construído no início do século XVIII pelo então Império Otomano. A informação é do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge.
Acordo da Petrobrás
Para ele, as relações com a Turquia estão “aquém do possível”. Ele citou como exemplo o fato de a Turquia comprar carne e frango brasileiros da Síria. “Essa viagem foi importante por abrir as portas. Comércio exterior se faz assim, com muita visita, conhecendo um ao outro. Por que não vendíamos carne diretamente para os turcos?”, afirmou o ministro.
O esforço da comitiva brasileira é incrementar o comércio com a Turquia, que ocupa o 51º lugar no ranking dos parceiros comerciais do Brasil, apesar de estar entre as 20 maiores economias do mundo. Além de ampliar o mercado turco para os produtos brasileiros — especialmente nas áreas de infra-estrutura, petróleo, aviões e alimentos — o governo brasileiro vê o país como uma ponte estratégica para aumentar o comércio com os países ao sul da Rússia, integrantes da antiga União Soviética, como a Ucrânia e o Cazaquistão.
Na sexta-feira, Lula segue para a capital da Turquia, Ancara, onde tem encontro com o presidente Abdullah Gül. Em Ancara será ratificado o acordo da Petrobras com a TPAO, estatal turca, para a prospecção de petróleo no Mar Negro. As duas empresas contrataram durante três anos uma sonda norueguesa por US$ 630 milhões. A Petrobras arcará com R$ 520 milhões. A estatal turca, que pagará US$ 110 milhões, usará o equipamento por seis meses.
Com agências