Festival de quadrilhas movimenta a capital cearense

Começa hoje a terceira edição do Vila São João, competição que leva às praças da cidade o colorido e a alegria das quadrilhas juninas

Hoje, ao chegar da noite, várias quadrilhas juninas entram numa festa que só está prevista para terminar dia 12 de julho. É a terceira edição do Vila São João, que congrega cerca de 200 grupos para competir, mas, antes de tudo, divertir o público cearense. Este ano o evento chega nas praças da capital e, de início, quem recebe os brincantes é a praça da Conquista, no Conjunto Ceará, no Arraiá do Pagode Sertanejo, que começa a partir das 19 horas.


 


“É uma competição muito sadia, cada um vai mostrar seu trabalho, mas representando sempre a cultura de nosso estado”, diz Fátima Freires, a vice-presidente da Federação das Quadrilhas do Estado do Ceará, que, junto com a D&E Entretenimento, está promovendo esse encontro.


 


Mas, além do Conjunto Ceará, ainda outros três lugares estão programados para as competições: o Arraiá do Cumpadre Rogério, no Parque Araxá, entre os dias 12 e 21 de junho; o Arraiá Alencarino, em Messejana, entre os dias 26 e 28 deste mês; e, por fim, uma grande festa final no ginásio Paulo Sarasate vai premiar a melhor quadrilha entre as escolhidas nos arraiás, já entre os dias 9 e 12 de julho. “Resolvemos descentralizar para levar esse trabalho das quadrilhas a muitas comunidades. Acredito que, com isso, vamos trazer um grande número de pessoas para assistir às apresentações”, diz Fátima.


 


Esses arraiás aproximam quadrilhas de vertentes plurais. É o caso da Gipão, que tem 38 anos de existência e trabalha o temático em suas apresentações, e a Ceará Junino, fundada há seis anos e que mostra a magia das quadrilhas estilizadas. Vera Coelho e Roberto Sousa, presidentes da Gipão e da Ceará Junino, respectivamente, apesar de apostarem em trabalhos díspares, estão juntos numa mesma opinião: tradicionais, estilizadas ou temáticas, como costumam ser divididas, as quadrilhas estão em função da diversão do público. “É um lazer. As quadrilhas não ganham dinheiro e, quando ganham uma premiação, têm gastado na preparação cinco vezes mais. Não é por dinheiro, é muito amor pelo São João”, diz Vera.


 


Para o público, estão sempre insistindo em novos elementos. A Gipão, dessa vez, vai mesclar a vida cigana com o bordado nordestino, contando a história de um andarilho que se apaixona pela filha do prefeito. São 24 pares com idades que variam de 14 a 28 anos. Já a Ceará Junino inova apostando no tradicional. Os 27 pares dançam aquele São João de muito antigamente que o próprio presidente do grupo acredita que não se vê mais. “Vamos reviver esse São João antigo na memória das pessoas”, diz Roberto. Mas tudo isso sem ranço de rivalidade. “A competição é só dentro de quadra”, garante.


 


E, nessa edição, ainda uma última novidade: o evento vai privilegiar o forró pé-de-serra. Os trios regionais, com suas zabumbas, triângulos e sanfonas já estão preparados para não deixar a energia das quadrilhas cair. “Os trios estarão lá recebendo o público, mostrando seu trabalho, que hoje é desvalorizado, mas é uma coisa tão brilhante e importante pra nossa cultura. Acho que essa foi uma das maiores e melhores idéias que o Vila já teve, justamente resgatar e mostrar o valor dessa gente”, comemora Fátima Freires.



Serviço


III VILA SÃO JOÃO
De hoje até dia 12 de julho. O festival acontece em praças do Parque Araxá, da Messejana e do Conjunto Ceará, sempre a partir das 19 horas. A final do concurso é no ginásio Paulo Sarasate. Ainda o Arraiá no restaurante Colher de Pau (rua Ana Bilhar, 1178, Meireles) apresenta show com trios regionais. Grátis. Mais informações: 3089 5269.