Lula: decisão da OEA foi vitória do povo latino-americano

Segundo o presidente, ''prevaleceu o bom senso, já que não se conseguia explicar, não se conseguia entender como fazer uma reunião com os países das Américas e Cuba não estar presente, como se fosse um patinho feio. Isso acabou e foi bom para todo mundo'', afirmou o presidente, pouco antes de embarcar de volta ao Brasil.

O presidente disse ainda que não sabe se Cuba vai querer voltar à OEA. ''Cuba pode não querer, mas, eles não estão mais marginalizados'', disse.  Após lembrar que o resultado foi fruto de acordo dos Estados Unidos e dos países da América Latina, Lula comentou que tem conversado com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, sobre as relações no continente.

Lula espera que o próximo passo seja o fim do embargo dos Estados Unidos à ilha. O presidente acredita que haja disposição do governo de Barack Obama de se aproximar de Cuba, comandada por Fidel Castro. “Não tem explicação em lugar nenhum do mundo para o embargo à Cuba. O próximo passo que pode acontecer é ele (o embargo) ir caindo aos poucos e tudo voltar à normalidade”, afirmou.

Lula chegaria no Brasil na madrugada desta quinta-feira (4). A Costa Rica foi o último destino do presidente em uma viagem de quatro dias pela América Central.

Cooperação

Lula e o presidente da Costa Rica, Oscar Arias, assinaram, nesta quarta-feira, um acordo de cooperação e reiteraram a vontade de “trabalhar por uma maior aproximação” entre o Mercosul e o Sistema de Integração Centro-Americana (Sica).

Os governantes declararam que durante o próximo semestre “serão dados grandes passos” para a integração dos dois blocos. Em julho, a Costa Rica assumirá a presidência rotativa do Sica. Durante entrevista coletiva, Lula afirmou que o Brasil se comprometeu a envolver-se com a América Central e o Caribe, e pediu que os países desta região também olhem para o sul.

O presidente brasileiro indicou que este é um processo lento, mas que está encaminhado. Segundo ele, há dez anos havia menos envolvimento entre os países latino-americanos e todos olhavam apenas para os Estados Unidos e a Europa.

Os dois chefes de Estado assinaram um acordo sobre o tratamento de esgoto. O documento foi firmado também pelo secretário-geral do Itamaraty, o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, e pelo vice-chanceler da Costa Rica, Edgar Ugalde.

Os presidentes entregaram à imprensa um comunicado conjunto no qual se destaca que a visita de Lula “responde à necessidade de fortalecer os âmbitos bilaterais e multilaterais e aprofundar a convergência de valores comuns”.

Arias agradeceu ao mandatário brasileiro pela transferência de tecnologia para a produção de biocombustíveis e etanol – setor que interessa ao governo de Lula.
Empresas brasileiras se instalaram na Costa Rica para impulsionar a produção de etanol que será exportado aos Estados Unidos com isenção de impostos.

O presidente da Costa Rica elogiou Lula por sua “liderança” na América do Sul e pela “projeção” do Brasil em âmbito global.

Com agências