Minc diz que podem pedir sua 'cabeça', mas irá intensificar a luta
Em audiência publica na Comissão de Meio Ambiente da Câmara, o ministro Carlos Minc, reagiu a ofensiva dos ruralistas que, por meio da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) pediu sua demissão ao Conselho de Ética Pública. Sem direcionar as crítica
Publicado 04/06/2009 12:43
“Eu imagino que esteja incomodando muita gente porque o desmatamento está caindo e estamos pegando boi pirata. Não vão transformar a Amazônia em carvão. Podem chiar, podem pedir a cabeça, vou continuar combatendo a impunidade ambiental. Aqueles que acham que com insultos, com provocações podem pedir o meu pobre pescoçinho, que eu vou abrir a guarda, estão muito enganados. Não perdem por esperar. Nossa resposta vai ser intensificar a luta.
Mais cedo, durante a discussão sobre a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que transforma o cerrado e a caatinga em Patrimônio Nacional, Minc disse que reconhece erros, mas age para acertar mais do errar.
“Não cabe uma entidade ruralista dizer quem é o ministro. Eu cometo erro, mas mais acertos que erro. Eu espero errar do lado certo do que errar entregando o Brasil para quem quer acabar com a caatinga e com o cerrado”, disse.
Ele afirmou que o movimento ambientalista está “debaixo de pancada”, mas que seu trabalho à frente da pasta será de continuar no “combate à impunidade”.
“Tem muita gente querendo tirar uma picanha do Carlinhos Minc, mas a gente vai avançar com o presidente Lula. (…) Não é ruralista que nomeia ou demite ministro neste país. Vou resistir dignamente”, afirmou Minc.
Após a audiência, o ministro e deputados ligados à área ambiental foram até o gabinete do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), pedindo que as duas PECs sejam colocadas em votação. A avaliação é que os projetos ajudariam na preservação dos biomas porque aumentariam as restrições para a exploração de atividades nestas áreas.
Na saída do encontro com Temer, o ministro afirmou em entrevista que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva confia no seu trabalho e que seu “pescocinho” será mantido no lugar até o final do governo.
O ministro se encontra nesta quinta-feira , às 15h30m, com o presidente Lula, que deve reiterar o apoio às ações do ministério.
Em um tom mais ameno, disse que vai obedecer a ordem do presidente e não fará mais polêmicas públicas com outros ministros. Fez aceno até para a presidente da Confederação de Agricultura e Pecuária, senadora Kátia Abreu (DEM-MT), que pediu sua demissão. “Consegui acordo com a soja, com a cana e com o Blairo Maggi (governador do Mato Grosso), porque não vou conseguir com a Kátia, que é muito mais bonita, simpática e articulada?”.
O ministro afirmou ainda que em uma reunião com o presidente Lula e outros colegas de governo serão discutidos possíveis vetos a trechos da Medida Provisória que regulariza a ocupação de terras na Amazônia, aprovada pelo Senado na quarta-feira (3). Ele não quis antecipar quais seriam os pedidos de vetos de seu ministério.
Da redação,
com agências