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Minc diz que podem pedir sua 'cabeça', mas irá intensificar a luta

Em audiência publica na Comissão de Meio Ambiente da Câmara, o ministro Carlos Minc, reagiu a ofensiva dos ruralistas que, por meio da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) pediu sua demissão ao Conselho de Ética Pública. Sem direcionar as crítica

“Eu imagino que esteja incomodando muita gente porque o desmatamento está caindo e estamos pegando boi pirata. Não vão transformar a Amazônia em carvão. Podem chiar, podem pedir a cabeça, vou continuar combatendo a impunidade ambiental. Aqueles que acham que com insultos, com provocações podem pedir o meu pobre pescoçinho, que eu vou abrir a guarda, estão muito enganados. Não perdem por esperar. Nossa resposta vai ser intensificar a luta.



Mais cedo, durante a discussão sobre a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que transforma o cerrado e a caatinga em Patrimônio Nacional, Minc disse que reconhece erros, mas age para acertar mais do errar.



“Não cabe uma entidade ruralista dizer quem é o ministro. Eu cometo erro, mas mais acertos que erro. Eu espero errar do lado certo do que errar entregando o Brasil para quem quer acabar com a caatinga e com o cerrado”, disse.



Ele afirmou que o movimento ambientalista está “debaixo de pancada”, mas que seu trabalho à frente da pasta será de continuar no “combate à impunidade”.



“Tem muita gente querendo tirar uma picanha do Carlinhos Minc, mas a gente vai avançar com o presidente Lula. (…) Não é ruralista que nomeia ou demite ministro neste país. Vou resistir dignamente”, afirmou Minc.



Após a audiência, o ministro e deputados ligados à área ambiental foram até o gabinete do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), pedindo que as duas PECs sejam colocadas em votação. A avaliação é que os projetos ajudariam na preservação dos biomas porque aumentariam as restrições para a exploração de atividades nestas áreas.


 
Na saída do encontro com Temer, o ministro afirmou em entrevista que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva confia no seu trabalho e que seu “pescocinho” será mantido no lugar até o final do governo.



O ministro se encontra nesta quinta-feira , às 15h30m, com o presidente Lula, que deve reiterar o apoio às ações do ministério.



Em um tom mais ameno, disse que vai obedecer a ordem do presidente e não fará mais polêmicas públicas com outros ministros. Fez aceno até para a presidente da Confederação de Agricultura e Pecuária, senadora Kátia Abreu (DEM-MT), que pediu sua demissão. “Consegui acordo com a soja, com a cana e com o Blairo Maggi (governador do Mato Grosso), porque não vou conseguir com a Kátia, que é muito mais bonita, simpática e articulada?”.



O ministro afirmou ainda que em uma reunião com o presidente Lula e outros colegas de governo serão discutidos possíveis vetos a trechos da Medida Provisória que regulariza a ocupação de terras na Amazônia, aprovada pelo Senado na quarta-feira (3). Ele não quis antecipar quais seriam os pedidos de vetos de seu ministério.



Da redação,
com agências