Eliana Gomes – Quem criou a crise que pague a conta
O modo de produção capitalista vem atravessando sua pior crise. Mas falar em crise econômica é falar, antes de qualquer coisa, em crise ideológica, na crise de toda a complexidade do sistema. Levado ao extremo pelo emplumado receituário neoliberal, o proc
Publicado 17/06/2009 08:40 | Editado 04/03/2020 16:34
Apesar da complexidade da correlação de forças políticas, nosso país enfrenta a crise nascida no centro imperial do capitalismo de cabeça erguida. À oposição, boa parte composta por quem ajudou a quebrar o país com as receitas neoliberais, resta o desespero de quem defende projetos decadentes, conservadores, sempre dando as costas para os interesses do povo. Esse desespero se reflete, por exemplo, na equivocada CPI da Petrobras, que parece só ter como principal objetivo o de colocar em cheque o papel fundamental que nossa principal empresa estatal – uma sobrevivente das implacáveis privatizações da era FHC – tem para o desenvolvimento do país e de nosso povo brasileiro. Os que hoje defendem a CPI são os mesmos que venderam nossas riquezas e que tentaram até o último lance doar a nossa Petrobras ao capital privado. Mas, a resistência do povo organizado, dos partidos populares e dos trabalhadores e trabalhadoras da empresa, somados ao compromisso do governo Lula, devolveram a Petrobras ao patrimônio nacional e ao papel fundamental no desenvolvimento da nação.
Nosso estado e nossa cidade também têm a oportunidade de enfrentar este furacão de maneira digna, apesar dos cortes dos recursos para estados e municípios, como os que reduziram os repasses no fundo de participação dos municípios. Dentre estas possibilidades, destaco a rede de programas e projetos nacionais que visam uma melhor distribuição de renda; o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC); o Programa Minha Casa, Minha Vida; a Copa de 2014 em Fortaleza, cujas ações e obras devem beneficiar ao conjunto do povo da cidade, para citar apenas os mais importantes. Nosso papel enquanto parlamentares, gestores públicos, militantes dos movimentos sociais é criar uma agenda propositiva de enfrentamento à crise e as suas possíveis consequências para nosso estado, nossa cidade e, principalmente, nosso povo.
Precisamos unir forças, defender os direitos e o emprego dos trabalhadores e trabalhadoras, como na luta pela redução da jornada de trabalho sem redução de salários, e avançar no debate ideológico de reafirmação do Socialismo como alternativa real ao capitalismo gerador de crises econômicas, ambientais e humanas, criando uma nova correlação de forças no cenário político para buscarmos uma sociedade mais justa, democrática e solidária. Para nós, comunistas, esta sociedade é a socialista.
Eliana Gomes é Vereadora do PCdoB em Fortaleza