Facesp elege nova diretoria
A pluralidade e a reafirmação das posições combativas e da politização dos movimentos comunitários foram as principais marcas do 8º Congresso da Facesp (Federação das Associações Comunitárias do Estado de São Paulo), a entidade comunitária que mais cresce
Publicado 25/06/2009 12:46 | Editado 04/03/2020 17:18
O Congresso reuniu em São Bernardo do Campo, entre os dias 11 e 13 de junho, representantes de associações de todas as regiões paulistas.
“A Facesp é hoje a única entidade de caráter estadual que está efetivamente presente em todas as regiões do estado. Esta grande representatividade durante o congresso foi uma mostra importante do nosso crescimento”, afirmou Davi Ramos, do PCdoB de Americana, eleito como o novo presidente da entidade.
O compromisso de renovação era uma das propostas importantes apresentadas no Congresso e que obteve grande êxito, foram mais de 60% de renovação na direção, 90% na diretoria executiva e ampliou para 40% de mulheres.
Para a nova direção, a renovação do comando da Facesp foi um passo importante em direção à pluralidade.. “Esta renovação vem de encontro à proposta que o conjunto dos quadros da Facesp coloca hoje, de ampliar a nossa presença em todo o território paulista, criando conselhos municipais de associações no maior número possível de cidades, com um destaque especial na Capital”, avalia Ramos.
“Saímos realmente fortalecidos deste Congresso, com uma diretoria plural, que reúne integrantes do PMDB, PCdoB, PT, PPS e PSDB, além de muitos e combativos integrantes de associações comunitárias que não têm vinculo partidário e atuam em inúmeras cidades paulistas”, avalia Ramos.
Uma das novas propostas aprovadas pelo Congresso é a de trabalhar para transformar a Facesp na maior entidade comunitária do Estado de São Paulo.
Politização
Outra proposta importante aprovada no Congresso defende o trabalho permanente para garantir a politização das bases dos movimentos comunitários. “construir um amplo projeto de capacitação para lideranças, contemplando as entidades filiadas em todas as regiões do Estado, fortalecendo as bases regionais, captando novos líderes e novos multiplicadores que estejam prontos a empunhar a bandeira do movimento e da Facesp”, diz o documento com as propostas da nova diretoria, aprovado pelo plenário.
As bandeiras e caminhos de atuação da Facesp, aprovados mostram o amplo leque de atuação das organizações associadas à entidade. Elas vão desde posicionamentos diante do cenário internacional – como a participação em campanhas e atividades pela Paz e a defesa do povo Palestino – até a luta pela democratização dos meios de comunicação no Brasil.
Entre as principais bandeiras estão as lutas ligadas aos movimentos pela Habitação, Reforma Urbana, Saúde Pública, Desenvolvimento Econômico e Geração de Renda, Políticas Sociais e Políticas Públicas, Transporte, Violência Urbana e Combate a Todas as Formas de Discriminação e Preconceito.
O novo presidente da Facesp lembrou, durante o Congresso, que a plataforma de luta da entidade já tem mais de 15 frentes abertas. “E saímos deste Congresso com a obrigação de fortalecer todas estas frentes e ainda abrir novas”, disse Ramos.
O futuro
O 8º Congresso marcou também os 21 anos de atuação da Facesp no Estado de São Paulo. É um período histórico. “Foram anos de importantes avanços para o movimento comunitário. Foram muitas as lutas, dificuldades e conquistas. Mas chegamos a um momento que nos dá a certeza de que estamos prontos para enfrentar novos desafios”, definiu o novo presidente.
E os desafios crescem, avalia Ramos, na mesma dimensão em que crescem as entidades comunitárias paulistas. O movimento comunitário começou a florescer em todo o Brasil ainda na década de 1980, com o fim da Ditadura Militar. Mas a explosão do número de entidades organizadas é recente. Elas cresceram lado a lado com a conquista de governos populares e democráticos no âmbito dos municípios, estados e, nos últimos anos, também com o governo Lula.
O movimento comunitário é um fenômeno de politização da base da sociedade. Ele surge com todas as lutas históricas por moradia digna, reforma urbana, saúde pública, educação e assim por diante.
“Hoje, a maioria do eleitorado cobra as administrações públicas para que escutem os movimentos comunitários. Prefeitos e governadores são, cada vez mais, obrigados a atender a esta cobrança. Então nós vemos surgirem também movimentos comunitários que são, muitas vezes, apenas correias de transmissão de políticos conservadores e até retrógradas”, diz o novo presidente.
Um dos grandes desafios que o novo comando da Facesp se propõe a enfrentar no futuro imediato vem justamente deste quadro descrito por Ramos. “Vamos ampliar o debate e a politização nas bases e fortalecer a representatividade das nossas associações nos municípios”, afirma.
Da Redação