II Conapir: Política de cotas gera protesto contra a grande mídia

A luta pela política de ações afirmativas e a promoção da igualdade racial é o mote da passeata convocada por entidades do movimento negro para esta sexta-feira (26/06), em Brasília, durante a realização da II Conferência Nacional de Promoção da Igualdade

Apesar de contar com ampla aprovação por parte da população – 65% se declararam favoráveis às cotas raciais, segundo pesquisa Datafolha de 2006 -, a implantação da política de cotas é alvo de críticas por parte de setores da imprensa nacional; a exemplo da rede Globo e da Folha de São Paulo. “A Globo está fazendo campanha aberta contra as cotas numa postura antidemocrática, porque não ouve os dois lados interessados, dando voz somente às posições contrárias”, criticou Olívia.
 


O Estatuto da Igualdade Racial, em discussão no Congresso Nacional desde a década de 90; o decreto 4.887, que regulariza as terras quilombolas; e a lei 10.639, que torna obrigatório o ensino da História e Cultura da África e das populações negras brasileiras nas escolas de todo o país também inegram a lista de pautas excluídas ou ignoradas pelo noticiário nacional da grande mídia. ''Atacam não só o sistema de cotas, como todas as políticas de promoção da igualdade racial, apoiando a lógica apenas das políticas universais, como se somente elas resolvem a questão da desigualdade racial no Brasil”, pontuou o coordenador nacional da União de Negros pela Igualdade – Unegro, Jerônimo da Silva Júnior. 


A caminhada, que pretende reunir cerca de mil pessoas – incluídas aí os delegados participantes da Conapir –, tem saída marcada para as 9h, do Centro de Convenções Ulisses Guimarães, sede do evento, com direção ao setor de imprensa, onde estão instaladas as sedes dos organismos da imprensa internacional no Distrito Federal. ''A expectativa é que o movimento negro cumpra seu papel, que é o de reagir a isso”, destacou Olívia Santana. Para a vereadora de Salvador, é importante que os estudantes também apóiem o movimento “e se mobilizem para garantir esse direito respaldado na Constituição”, completou.
 


A coordenação recomenda que os manifestantes trajem branco, representando o caráter pacífico do protesto.


 


De Salvador,
Camila Jasmin