Sem categoria

Argentina: primeiro escalão tem mais uma baixa

O secretário argentino dos Transportes (equivalente ao cargo de ministro no Brasil), Ricardo Jaime, pediu demissão “de forma indeclinável” nesta quarta-feira, três dias após a derrota do governo da presidente Cristina Kirchner nas eleições legislativas

Peça fundamental na desapropriação da Aerolíneas Argentinas de um grupo espanhol, Jaime afirmou, em sua carta de renúncia, que o afastamento da pasta, “que conta com um dos principais orçamentos do governo“, foi motivado por “questões pessoais”, mas a imprensa argentina especula que o ato está relacionado com a derrota do governo nas urnas.

“Por razões pessoais apresentei a renúncia de forma indeclinável ao cargo com o que fui honrado pela senhora presidente da nação, Cristina Fernández de Kirchner”, disse Jaime em declarações à agência de notícias oficial “Telam”.

“Cumpri uma etapa e ratifico plenamente minha lealdade, meu compromisso e minhas convicções com o projeto que levam adiante do ponto de vista político e institucional a companheira presidente e o companheiro Néstor Kirchner”, acrescentou.

Cristina designou, para o lugar de Jaime, Juan Pablo Schiavi, atual administrador de infraestruturas ferroviárias do Estado. O novo secretário chefiou a Secretaria de Obras Públicas da cidade de Buenos Aires e foi aliado político do opositor e atual prefeito da capital argentina, Mauricio Macri.

Trata-se do segundo funcionário que renuncia após a derrota do Governo nas eleições legislativas do domingo passado, já que na segunda-feira Graciela Ocaña deixou de ser a ministra da Saúde.

Especulações

Segundo o jornal La Nación, Jaime estava sendo “questionado” pela oposição por medidas como a reestatização da companhia aérea Aerolíneas Argentinas e pelo uso supostamente indevido de um avião particular.

Emissoras de rádio e de televisão também especulam que o resultado do pleito pode fazer com que o governo faça mudanças em outros ministérios, entre eles, o da Economia. Segundo a rádio Diez, uma eventual reforma ministerial pode provocar, inclusive, uma mudança na política econômica do governo.

Procurados pela BBC Brasil, assessores do governo, no entanto, não confirmaram as informações de uma possível reforma ministerial ou de novas demissões. Em uma entrevista na segunda-feira, a presidente Cristina Kirchner já havia descartado a substituição de ministros.

Saúde

Nesta quarta-feira (01), tomou posse o novo ministro da Saúde do país, Juan Carlos Manzur, que substitui Graciela Ocaña, que renunciou na última segunda-feira em meio ao avanço do surto de gripe suína na Argentina. Ocaña renunciou no dia seguinte às eleições legislativas e não fez declarações à imprensa.

A derrota do governo nas urnas também fez com que o ex-presidente Néstor Kirchner deixasse, na última segunda-feira, a Presidência do Partido Justicialista, a maior legenda do país.

Com agências