Brasil quer diálogo para resolver disputa nas eleições do Irã
O governo brasileiro que estimular o entendimento e a conciliação para as manifestações populares que questionaram o resultado da eleição no Irã. O subsecretário político do Ministério das Relações Exteriores, Roberto Jaguaribe, substituiu o ministro C
Publicado 02/07/2009 15:48
Jaguaribe afastou qualquer proposta de isolamento político do Irã. “Uma solução de engajamento e de diálogo é altamente preferível a uma de confronto e isolamento, que tende a radicalizar posições”, afirmou.
Em sua exposição aos senadores, Jaguaribe informou que o comércio entre os dois países – de quase US$2 bilhões anuais – é praticamente uma via de mão única, pois o Brasil exporta diversos produtos, como carne, milho e soja, e não importa praticamente nada. Disse ainda que o governo brasileiro considera o Irã um “parceiro necessário e importante” no Oriente Médio, com o qual mantém relações diplomáticas desde 1903.
Jaguaribe lembrou que o próprio governo do Irã reconheceu a existência de “incorreções” no processo eleitoral, que levou à reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad. Mas observou que consultas feitas junto a países vizinhos já apontavam para o resultado anunciado das eleições. Em sua opinião, a eleição presidencial demonstrou a “existência de fato de uma disputa real” de poder no Irã.
Direitos humanos
Também convidado para a audiência, o secretário-geral de ações para comunidade e governo da Comunidade Bahá'í do Brasil, Iradj Roberto Eghrari, considerou “desproporcional” a reação do governo do Irã às manifestações de rua em protesto contra o resultado das eleições. Filho de iranianos que chegaram ao Brasil na década de 50, Eghrari fez críticas ao governo iraniano na questão dos direitos humanos.
Segundo o secretário, ainda são comuns no Irã ações como apedrejamento e tortura. Além disso, relatou, o país é o segundo no mundo em casos de penas de morte, inclusive de adolescentes. Uma menina de 17 anos, como informou, teria sido enforcada apenas por haver dado aulas sobre a fé Bahá'í – que teria 350 mil seguidores no Irã e 65 mil no Brasil – a crianças iranianas.
Eghrari pediu apoio do Brasil na tentativa de evitar que sejam condenados à morte sete líderes Bahá'í atualmente presos naquele país, cujo julgamento está previsto para 11 de julho.
Com Agência Senado