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Gestos obscenos contra comunista derrubam ministro português

Um episódio inusitado marcou nesta quinta-feira (2) a reunião do parlamento português, que debatia o estado da Nação.  Durante o debate, Manuel Pinho, ministro da economia, dirigiu um insulto gestual à bancada do Partido Comunista Português. O inc

O momento que definiu o destino do agora ex-ministro surgiu no meio da intervenção de Francisco Louçã, quando o dirigente do Bloco de Esquerda falava sobre a situação dos trabalhadores das minas de Aljustrel.



Enquanto Louçã intervinha, o líder da bancada parlamentar do PCP, Bernardino Soares, dirigiu-se ao ministro da Economia, dizendo que Manuel Pinho fora a Aljustrel para ''passar um cheque'' a uma equipe de futebol.



Transtornado, Pinho ergueu, então, as mãos à cabeça para simular dois chifres, que apontou a Bernardino Soares.



Soares, considerou que o incidente que levou à demissão de Pinho, demonstra o ''desnorteamento do governo''.



''Este ministro sai perante um episódio lamentável, mas traduzindo um desnorteamento que é generalizado ao governo e que bem releva da forma como a população está a ver esta política e rejeita esta orientação do governo'', afirmou o líder da bancada comunista, momentos depois de o primeiro-ministro ter anunciado aos jornalistas a saída do ministro Manuel Pinho.



O gesto do ex-ministro acabou por marcar o resto do debate e motivar uma vaga de condenações ao governo de José Sócrates.



O Partido Ecologista ''Os Verdes'', parceiro dos comunistas na CDU, condenou a ação de Pinho, e a deputada Heloísa Apolónia disse também esperar que o apontar de responsabilidades ao conjunto das políticas do governo de José Sócrates não ficasse ''minado'' pelo gesto.



À saída do debate, o primeiro-ministro anunciaria a demissão do ministro da Economia e a entrega da pasta a Teixeira dos Santos.