Iraque: EUA não devem interferir na reconcialição política do país
O vice-presidente dos Estados Unidos, Joseph Biden, visitou hoje a região autônoma do Kurdistão no último dia de visita ao Iraque, cujo governo recusou a oferta norte-americana para incidir na reconciliação política do país.
Publicado 04/07/2009 20:11
De acordo com fontes oficiais, Biden viajou ao meio-dia à cidade de Arbil para reunir-se com o presidente dessa rica zona petrolífera kurda, Massoud Al-Barazani, e discutir os mais recentes fatos políticos e a pacificação, agora a cargo de forças iraquianas.
Fouad Hussein, servidor público do escritório de Barazani, informou que o vice-presidente estadunidense também falará sobre temas estratégicos, o que meios locais traduziram em assuntos de vital importância como o petróleo e a segurança.
Biden, que chegou a Bagdá na quinta-feira, em uma visita não programada, com a missão de servir de ponto culminante de contato” entre seu governo e o iraquiano, reuniu-se com várias autoridades para abordar a retirada das tropas de seu país das cidades e aldeias.
Em suas conversas com o premiê Nouri Al-Maliki, o emissário de Barack Obama ameaçou abandonar o que descreveu como compromisso estadunidense com a estabilidade do Iraque, se esta nação árabe retornar à violência sectária depois do retirada militar do dia 30.
Obama designou Biden como seu representante especial para “trabalhar com os iraquianos na superação de suas diferenças políticas e conseguir o tipo de reconciliação que todos entendemos ainda não tem tido lugar plenamente”, segundo expressou a Casa Branca.
Com a retirada dos mais de 130 mil efetivos norte-americanos dos centros urbanos iraquianos e o regresso dos trabalhos de segurança às forças nacionais no dia 30 de junho, a onda de atentados das últimas semanas faz temer um ressurgimento da violência em grande escala.
No entanto, Al-Maliki foi claro com o visitante dizendo que os iraquianos devem solucionar sozinhos suas desavenças políticas e a participação dos Estados Unidos não seria bem-vinda.
“A reconciliação é um tema meramente iraquiano, e qualquer envolvimento não iraquiano pode ter um efeito negativo”, disse o chefe de governo ao vice-presidente durante sua reunião na sexta-feira, segundo comentou seu porta-voz Ali Dabbagh.
O premiê também assinalou que “não desejamos que os norte-americanos venham e se envolvam”, e assegurou que Biden “recebeu bem a mensagem” e disse estar pronto para apoiar nesse processo quando as autoridades locais o solicitem a Washington.
Fonte: Prensa Latina