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Com 90% de urnas apuradas, PRI vence eleição mexicana

Conforme previram as pesquisas de boca de urna, o PRI (Partido Revolucionário Institucional), que esteve no poder durante 71 anos, até 2000, venceu as eleições legislativas mexicanas. De acordo com os resultados divulgados pelo Prep (Programa de Result

O resultado levanta um cenário difícil para os três anos que restam ao presidente Felipe Calderón. De acordo com analistas, o fato de o PRI ter a maioria na Câmara de Deputados diminuirá a já estreita margem de manobra que Calderón tem para governar e negociar reformas relativas à segurança e à economia.

E o presidente está ciente disso. Ontem à noite, em uma mensagem em cadeia nacional, chamou todas as forças políticas a trabalharem juntas e a alcançar acordos em temas fundamentais para o país como a crise econômica e a insegurança e a luta contra o crime organizado.

“A luta terminou. A concorrência deve ser deixada para trás e agora temos que centralizar nossos esforços na busca de coincidências, em privilegiar o muito que nos une e em alcançar os acordos que o país clama para recuperar, quanto antes, o crescimento econômico, a geração de empregos e a segurança pública (…) Felicito aqueles que foram eleitos e manifesto a melhor disposição e vontade do governo federal, sob minha responsabilidade, para dialogar e para colaborar com os novos deputados a fim de superar os grandes desafios que o país tem adiante”, disse Calderón em seu discurso.

Para a cientista política Denise Dresser, a mensagem de Calderón é um chamado de ajuda e um reflexo do que serão os últimos três anos de seu governo: “Ele pede ao PRI que colabore com o PAN no Congresso e pede que seja uma oposição co-responsável. Calderón sabe que uma opção para o priísmo é bloquear qualquer reforma apresentada nos próximos três anos e capitalizar a má situação econômica para depois culpar o presidente e posicionar-se como uma opção para 2012”, disse ao Opera Mundi.

Para a analista, o centro de gravidade política mudou nestas eleições a favor do PRI, e prognostica que o que resta a Calderón será concentrar-se na luta contra o narcotráfico, uma estratégia que tem lhe dado popularidade e na qual trabalhará duro para compensar o fato de ter perdido a possibilidade de impulsionar reformas no Congresso.

A primeira prova terá lugar em dezembro deste ano, quando a nova Câmara de Deputados tiver que aprovar o orçamento de receitas e despesas, os diversos impostos e com eles as estratégias propostas pelo governo de Calderón para sair vivo da pior crise econômica dos últimos anos.

Com cerca de 90% dos votos computados em uma tendência que parece impossível de reverter-se, além de ter maioria absoluta na Câmara dos Deputados, o PRI – que durante mais de sete décadas dirigiu o destino dos mexicanos — ganhou em cinco das seis cargos de governador que se disputaram (nos estados de Nuevo León, San Luis Potosí, Querétaro, Campeche y Colima). Além disso, também tomou do PAN importantes prefeituras do país como Guadalajara, em Jalisco, Cuernavaca, em Morelos e Naucalpan e Toluca, no estado de México.

A jornada eleitoral de ontem transcorreu com tranquilidade e com incidentes menores. Tal como se previa, o nível de abstenção excedeu os 50% e a participação se colocou em uma porcentagem de 45%. O Partido da Revolução Democrática (PRD), de esquerda, conquistou o comando das cidades de Ecatepec e Ciudad Nezahualcóyotl.  Dos oito partidos políticos que participaram das eleições, só o PSD (Partido Social Democrata) teria perdido seu registro ao não alcançar os 2% necessários da votação.

Além disso, o movimento cidadão que chamou os mexicanos a anular o voto como uma forma de protesto contra a ineficiência dos partidos políticos, alcançou 6% do total da votação.

Fonte: Opera Mundi