Obama em visita à Rússia assina acordo nuclear
O presidente americano Barack Obama chegou nesta segunda-feira (6) a Moscou, em sua primeira visita à Rússia como presidente dos Estados Unidos. O primeiro dia de visita já rendeu frutos. O resultado principal foi a assinatura do tratado sobre os armam
Publicado 06/07/2009 17:44
Ao inaugurar a primeira rodada de negociações com Obama no Kremlin, o presidente russo Dmitri Medvédev disse acreditar que o encontro permitirá “abrir uma nova página” nas relações entre Moscou e Washington. Obama, por sua vez, ressaltou que EUA e Rússia tem mais coisas em comum que diferenças” e poderão “obter um progresso e bons resultados”, se fizerem um esforço nos próximos dias.
O otimismo, expressado pelos líderes de ambos os paíse, se justificou. Foi assinado um acordo prévio sobre os armamentos estratégicos de ataque, que servirá de base para a assinatura do novo tratado START. O documento “Consentimento das partes para as reduções e limitações ulteriores das armas ofensivas estratégicas”, fixa o número máximo de armamentos estratégicos ofensivos. “Cada uma das partes reduzirá e limitará suas armas ofensivas estratégicas de tal forma que, sete anos depois da entrada em vigor do tratado de redução (Tratado START), esse tipo de armamento e o seu sucessor, os níveis limite para as ogivas nucleares sejam de 1.500 a 1.675 unidades, e para seus vetores, 500 a 1.100 unidades”. Assinala o documento.
O tratado START-1 (assinado em 1991 e que vence em 5 de dezembro deste ano) obriga Washington e Moscou a reduzir as ogivas nucleares a 6.000 para cada parte.
Em relação ao tema da “defesa anti-mísseis”, a Casa Branca declarou anteriormente, em mais de uma ocasião, que está revisando o programa de instalação de elementos de seu sistema de defesa anti-mísseis na Polônia e na República Tcheca, sublinhando ao mesmo tempo que “não se trata de anular os planos”, cedendo às exigências de Moscou. Em uma entrevista concedida nesta segunda-feira em Moscou, Medvédev disse que restam divergências nesta questão entre a Rússia e os Estados Unidos.
Ainda, os presidentes dos dois países assinaram um acordo sobre o trânsito militar para o Afeganistão por terra e por ar, prevendo realizar a passagem de diversas cargas pelo território da Federação Russa.
A Rússia e os Estados Unidos intensificarão a vigilância sobre o movimento de capitais relacionados com o narcotráfico afegão, diz a declaração conjunta.
“Para garantir o cumprimento de nossa tarefa comum de luta contra o terrorismo, o crime organizado e o narcotráfico no Afeganistão, Rússia e Estados Unidos tomaram a decisão de elaborar uma iniciativa bilateral sobre uma substancial intensificação do reconhecimento financeiro, com a finalidade de fechar os canais para o fluxo financeiro ilegal relacionado com o narcotráfico no Afeganistão, no qual estão envolvidos grupos criminosos, incluído o movimento Talibã”, assinalou.
O presidente dos Estados Unidos propos nesta segunda feira celebrar uma cúpula entre os Estados “nucleares”, para tratar o tema da não-proliferação. A Rússia poderá ser a anfitriã de tal reunião.
“Cremos que é importante convocar uma cúpula 'nuclear' para o ano que vem. Analisamos este tema com o presidente russo Dmitri Medvédev, que disse que a Rússia poderia atuar como sede. Convidaremos todos os países a participar na cúpila, para estudar o problema da não-proliferação”, disse Obama, em entrevista concedida no final da primeira rodada de negociações russo-americanas.