Governistas reagem à tática da oposição na CPI da Petrobras

A tática oposicionista na CPI da Petrobras será prolongar ao máximo o funcionamento da comissão como forma de promover o desgaste do governo visando a proximidade das eleições 2010. Não é à toa que no dia 6 do próximo mês, data da primeira sessão, nada

No sentido contrário e sob orientação da bancada governista, o presidente da CPI, João Pedro (PT-AM), resolveu apresentar quatro requerimentos, entre eles, os que convida logo de início o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, e o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Haroldo Lima. Os demais são o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa e ao gerente executivo de Comunicação Institucional da estatal, Wilson Santarosa.


 


Para os governistas, todos assuntos serão abordados a contento, como já foram, pelos principais dirigentes da estatal. Portanto, nada mais oportuno do que convidá-los para as primeiras sessões.


 


“Considero a presença dos diretores da Petrobras no início dos trabalhos da CPI ideal para avançarmos nos esclarecimentos e aprofundarmos o debate sobre a instituição”, disse nesta quarta (15) o presidente da CPI.


 


Nada de novo nas propostas


 


Embora seja extensa a lista de requerimentos proposta pelos dois senadores do DEM e PSDB, conforme apurou o Vermelho, todos os documentos tomam como base o que já vem sendo investigado pela PF, TCU e Ministério Público Federal, além do que já foi publicado na mídia.


 


Alvaro Dias, por exemplo, solicita cópias de todos os inquéritos e relatórios das instituições. Além disso, quer da Petrobras as prestações de contas e notas fiscais relativas as ações financiadas pela estatal à Fundação Sarney.


 


Numa clara intenção de fazer números, só da Camargo Corrêa, que recebeu recursos da Petrobras numa operação “suspeita”, o senador baiano Antônio Carlos Júnior convida para depor nada menos que quatro diretores da empresa. Em igual número convida também diretores da Iesa Óleo e Gás.


 


Apesar de convidar o presidente da Petrobras no requerimento de nº 53, o senador baiano exagera na lista dos diretores da estatal. Ele chama vários gerentes da empresa, inclusive Rosemberg Pinto, assessor especial de Gabrielli.


 


Com o assessor, o herdeiros políticos de ACM quer munição contra os seus adversários regionais. Ele questiona a liberação de R$ 2,96 milhões em 2008 para a produção de festas juninas em 44 municípios daquele estado. O recurso foi direcionado à Associação de Apoio e Assessoria a Organizações Sociais do Nordeste (AANOR).


 


O problema dos dois senadores e da oposição é que eles encontrarão pedreira pela frente para impor sua tática. Usarão os requerimentos como barganha política e para prolongar o funcionamento da CPI, mas num ambiente extremamente desfavorável. Dos onze senadores da CPI, oito são governistas.


 


De Brasília,


Iram Alfaia