PCdoB-BA debate Conferência de Comunicação com militantes
A construção efetiva de uma rede pública de comunicação, diferenciando o que é comunicação pública da comunicação do governo; a elaboração de novos critérios para a política de concessão pública de radio e tevê e com controle social; o estabelecimento
Publicado 15/07/2009 16:13
Somam-se a estes pontos a necessidade de um marco regulatório para o setor diante das novas tecnologias, como a tevê digital, e a descentralização para os estados da gestão do Ministério da Comunicação. Esse conjunto de temas foi o ponto central da plenária realizada na tarde de terça-feira (14), no auditório do Sindicato dos Bancários, em Salvador (BA).
''O movimento popular não tem grandes discordâncias para a Conferência Nacional de Comunicação e o PCdoB propõe a unidade do movimento popular e de parlamentares em torno de uma plataforma construída com a participação de amplas forças políticas porque a disputa será grande com os interesses da grande mídia conservadora'', destacou a secretária estadual de Comunicação do partido, Julieta Palmeira, durante o evento.
“Essa reunião é pioneira porque participam juntos, pela primeira vez, especialistas que atuam na área de comunicação e militantes do partido que atuam no movimento social em várias áreas”. O evento agregou jornalistas, publicitários, fotógrafos, secretários municipais de comunicação, representantes de 25 sindicatos e dirigentes municipais do partido de Salvador e Região Metropolitana, além do Recôncavo, a exemplo de Simões Filho, Candeias, Camaçari e Cruz das Almas.
Julieta Palmeira ressaltou que o estado é líder em mídia monopolizada e em concessões públicas para rede privada vinculadas a interesses políticos, citando como exemplo o grande número de concessões a aliados do grupo carlista durante a época em que ACM foi ministro das Comunicações.
A secretária estadual de Comunicação lembrou o fatídico episódio de 16 de maio de 2001, quando a PM baiana invadiu o campus da Universidade Federal da Bahia e agrediu estudantes sob ordens do então governador César Borges, ligado ao carlismo. Na época, a TV Bahia, retransmissora da Globo e de propriedade da família de ACM, não transmitiu o ocorrido, obrigando a Rede Globo Nacional, pelo impacto do fato nos outros veículos, a recorrer às imagens gravadas pelo Sindicato dos Bancários da Bahia.
A manipulação quando das eleições de 1989, quando Lula disputava a presidência contra Fernando Collor e, mais recentemente, as acusações em tom de certeza, mesmo que sem provas, contra o cantor Michael Jackson também foram apontados como exemplos da ditadura midiática que precisam ser combatidos. “É preciso entender a comunicação como um direito humano, que carece de mecanismos de controle social”, reforçou a secretária estadual de comunicação do PCdoB.
Militância pela democratização da mídia
Entre os objetivos da plenária está a atuação no movimento social dos militantes do PCdoB em torno da bandeira de democratização da mídia, luta que não está restrita a militantes do setor de comunicação. Julieta Palmeira destacou que um partido político que disputa a hegemonia não pode prescindir de lutar pela democratização da mídia. '' Está também enganado o dirigente do movimento popular que pensa que isso não tem nada a ver com ele ou com ela e lembrou que a luta pela democratização da mídia está entre as reformas democráticas defendidas pelo PCdoB, ao lado da reforma política, agrária, tributária, educacional'', enfatizou Aurino Pedreira, dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos e secretário estadual sindical do PCdoB que participou da mesa que dirigiu os trabalhos, ao lado de Adilson Araújo, presidente da CTB-BA e de Kardé Mourão, presidente do Sindicato dos Jornalistas.
1ª Conferência de Comunicação
Na pauta de discussões, figurou também a preparação da 1ª Conferência Nacional de Comunicação. Recentemente, o Ministério das Comunicações anunciou redução de R$ 13 milhões para R$ 1,5 mi no orçamento destinado à realização do evento. A comissão organizadora nacional, que só foi convocada em junho, ainda não definiu o Regimento Interno da Conferência, deixando indefinida, por exemplo, a quantidade de delegados por estado. Mas o início efetivo da fase preparatória está previsto para agosto, com a convocação das etapas municipais em todo o país. “A tarefa do PCdoB é participar com força da fase de preparação. A batalha será dura com os empresários de comunicação vinculados à grande mídia conservadora”, convocou Julieta Palmeira.
No próximo dia 3 de agosto, em Salvador, haverá reunião da comissão do movimento social pró-Conferência, às 16h, no Convento da Lapa. No dia 4, ainda a confirmar, está prevista uma grande plenária dos movimentos sociais para discutir a Conferência de Comunicação na Bahia.
De Salvador,
Camila Jasmin