Golpistas de Honduras expulsam diplomatas venezuelanos
O governo de facto de Honduras, presidido por Roberto Micheletti, deu nesta terça-feira (21) um prazo de 72 horas para que toda a delegação diplomática da Venezuela em Tegucigalpa deixe o país.
Publicado 21/07/2009 18:29
A vice-chanceler de Honduras, Martha Lorena Alvarado fez o anúncio da decisão. A medida diz respeito ao embaixador de Caracas, Armando Laguna, e a todos os seus funcionários, mas Laguna deixou Honduras logo após o golpe, a pedido do presidente Hugo Chávez.
Outros países que formam a Organização dos Estados Americanos (OEA) também agiram da mesma maneira, retirando seis embaixadores como forma d epressionar pelo fim do golpe. A exceção foram os Estados Unidos.
Martha Alvarado argumentou que, depois da destituição do presidente Manuel Zelaya, ocorrida em um golpe de Estado no dia 28 de junho, o governo venezuelano “fez ameaças” e “se intrometeu” em assuntos internos do país, “desrespeitando sua soberania e integridade territorial”.
Segundo a funcionária, o pedido à representação foi feito de “maneira respeitosa”, para que retirasse “seu pessoal diplomático, administrativo técnico e de serviço” dentro de 72 horas.
Em declarações à imprensa internacional, Uriel Vargas, secretário da embaixada da Venezuela em Tegucigalpa, confirmou que o regime de facto pediu a saída da missão.
Ele explicou que a delegação é atualmente composta por apenas dois funcionários e disse que o governo do país já foi informado. O diplomata, contudo, afirmou que os venezuelanos não deixarão Honduras, já que o pedido de retirada foi feito por um governo que não é reconhecido.
Missão de golpistas nos Estados Unidos
O governo liderado pelo presidente interino Roberto Micheletti enviou para Washington um grupo de lobistas para demover a administração do presidente americano, Barack Obama, de sua ameaça de impor sanções ao país. O grupo enviado incluía um líder trabalhista cristão democrata e um professor universitário de Direito que é de um partido opositor.
“Eu imagino que haverá alguma reação da parte deles” às sanções comerciais, disse na segunda-feira Amilcar Bulnes, presidente do Conselho Hondurenho de Negócios Privados.
As linhas de hondurenhas são voltadas principalmente para a exportação e são dominadas por empresas e investidores americanos. As sanções desestabilizariam o sistema econômico de Honduras, caso fossem impostas a partir dos EUA.
Os adversários do presidente deposto, Manuel Zelaya, esperam que Obama não tenha tempo nem energia para o assunto já que tem de lidar com problemas como a nova reforma do sistema de saúde dos Estados Unidos e com a crise econômica mundial.
O grupo de lobistas foi enviado aos Estados Unidos no momento em que Washington aumenta sua pressão sobre o governo de Micheletti ao advertir que Honduras pode enfrentar fortes sanções econômicas se Zelaya não voltar à presidência do país.
Com agências