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Mercosul não reconhecerá governo golpista de Honduras

Os países participantes da Cúpula do Mercosul reiteraram nesta sexta-feira (24) o repúdio ao golpe de Estado em Honduras e advertiram que não reconhecerão nenhum processo eleitoral realizado pelo governo de fato do país.

Em uma declaração conjunta, representantes do Brasil, Paraguai, Uruguai, Argentina, Bolívia e Chile demonstraram “sua mais enérgica condenação ao golpe, à prisão arbitrária e à exclusão do país” do presidente deposto, Manuel Zelaya.



No dia 28 de junho, militares invadiram a casa de Zelaya e o obrigaram a deixar Honduras, porque o presidente tinha a intenção de realizar uma consulta popular para mudar a Constituição. O Congresso hondurenho, então, nomeou Roberto Micheletti como chefe do Executivo.



O texto da Cúpula do Mercosul aponta que os presidentes “reafirmam que não reconhecerão nenhum governo que surja desta ruptura inconstitucional, que não aceitam como válidos os atos unilaterais emanados pelas autoridades ilegítimas hondurenhas, incluindo o pedido a eleições”.



“O governo constitucional e legítimo de Honduras é o encabeçado pelo presidente Manuel Zelaya, cuja integridade física, e a de todos os membros do seu governo, é fundamental preservar”, defende a declaração.



“O comunicado, em seu conteúdo fundamental, mantém a rejeição forte à ruptura institucional na irmã República de Honduras e ao mesmo tempo pede o retorno sem restrições do presidente Zelaya”, disse em coletiva de imprensa o líder paraguaio, Fernando Lugo.



A crise em Honduras foi tema central da reunião em Assunção e os assuntos internos acabaram em segundo plano. O tema foi debatido até o último momento, pois a Venezuela vetava um parágrafo da declaração no qual era expressado apoio à mediação do presidente da Costa Rica, Oscar Arias.



Nesta sexta-feira (24) a presidente argentina, Cristina Kirchner, havia proposto que a declaração sobre Honduras incluísse essa cláusula de não reconhecimento dos atos do governo de fato.



Segundo ela, se este ponto não fosse incluído no documento “tudo o que foi dito, ou o que está escrito em matéria de democracia, seria ficção”.



A Cúpula do Mercosul, iniciada quinta-feira (23), reúne em Assunção os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, Fernando Lugo, do Paraguai, Tabaré Vázquez, do Uruguai, Michelle Bachelet, do Chile, Evo Morales, da Bolívia, e Cristina Fernández de Kirchner, da Argentina.