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Para Insulza, da OEA, retorno de Zelaya não é conveniente

Grupos hondurenhos contrários ao governo golpista de Roberto Micheletti se concentraram a partir de quinta-feira (23) na fronteira com a Nicarágua, por onde o presidente deposto, Manuel Zelaya, garantiu que ingressaria no país, sem detalhar como.

No entanto, o secretário geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), José Miguel Insulza, considerou hoje que o retorno de Zelaya não é conveniente.


 


O mandatário expulso no último dia 28 do país anunciou, na segunda, que retornaria a Honduras quarta-feira, o que não ocorreu e foi adiado para quinta-feira.



Para Insulza, o presidente deposto deve esperar o resultado do “acordo de São José”, diálogo travado entre representantes de Micheletti e Zelaya e mediado pelo presidente da Costa Rica, Óscar Arias, em São José, capital do país.



Quarta-feira, no entanto, se encerrou o prazo de 72 horas dados por Arias para que tanto Micheletti, como Zelaya aceitassem os sete pontos do documento proposto aos dois.


 


Dentre as medidas, estava a restituição de Zelaya ao poder, ponto rechaçado pela delegação do presidente provisório. Insulza considerou a “proposta equilibrada, é uma proposta que permite restabelecer a normalidade em Honduras”, noticiou a TeleSul.
 
 
Devido ao fracasso do diálogo, sindicatos e movimentos sociais iniciaram hoje uma paralisação de 48 horas em todo o país, medida de pressão para que o governo de fato abandone o poder.



Já paralisaram atividades a Federação Unitária de Trabalhadores de Honduras (FUTH), a Confederação de Trabalhadores de Honduras (CTH) e a Central Geral de Trabalhadores (CGT).
 
 
Os policiais do distrito número três, que compreende toda a cidade de Comayagüela, estão em greve geral e, por isso, afirmaram que Zelaya pode entrar no país quando queira.



Isso foi o que denunciou hoje o jornalista Eduardo Maldonado em entrevista por telefone à Rádio Globo.



Os grevistas afirmam que estão em greve por terem sido objeto de zombaria para as autoridades da polícia. “Há oito semanas que não nos paga, oito semanas em que não podemos vemos nossos familiares, nem levamos nada para nossos filhos comerem”, disse um dos manifestantes, como noticiou a Comum Notícias.



Pentágono apoiou o golpe, diz cientista político



A Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos e o Pentágono (Departamento de Segurança dos EUA) apoiaram o golpe de Estado que expulsou Manuel Zelaya do páis no último dia 28.



A hipótese é do cientista político Luiz Alberto Moniz Bandeira, professor emérito do Departamento de História da Universidade de Brasília (UNB). Informou a Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC) .



Em entrevista ao Instituto Humanitas, da Universidade do Rio dos Sinos (Unisinos), Bandeira ressaltou que a presença de militares estadunidenses em Honduras é marcante, citando a base aérea de Soto Cano.



A base sedia a Joint Task Force-Bravo, integrante do Comando Militar do Sul, com 300 a 500 soldados.



“Tudo indica que os militares hondurenhos não se atreveriam a dar um golpe de Estado em franco desafio à política exterior que o presidente Barack Obama pretende executar, sem contar com o respaldo dos setores militares dos Estados Unidos”, disse o cientista, como informa a ALC.