Famílias vítimas de Algodões I recebem indenizações

Quase dois meses depois do acidente, famílias começam a ser indenizadas para reconstruírem suas vidas. O rompimento da barragem Algodões I aconteceu no dia 27 de maio e causou a morte de 8 pessoas.

As indenizações pagas pelo Governo do Estado, através da Secretaria da Defesa Civil, a 385 famílias do município de Cocal, vitimadas pelas águas da Barragem Algodões I, também contemplaram outras 184 famílias, habitantes de Buriti dos Lopes. Cada uma delas, em Buriti dos Lopes, recebeu igualmente o equivalente a R$ 5 mil – R$ 500,00 em espécie e R$ 4.500,00 em crédito para a aquisição de móveis e eletrodomésticos.


 


No total, o Governo do Estado aplicou mais R$ 920 mil em indenizações pagas a famílias de Buriti dos Lopes, onde a Defesa Civil deverá também iniciar, o mais breve possível, a construção de agrovilas dotadas de unidades habitacionais destinadas a abrigar quem perdeu suas casas. Em Buriti dos Lopes, 181 habitações foram destruídas pelas águas da Barragem Algodões I e 447 famílias, afetadas diretamente pelo desastre.


 


As indenizações pagas pelo Governo do Estado – em Cocal, foram aplicados R$ 1,925 milhão em indenizações – estão servindo não apenas para que essas pessoas recuperem parte dos bens materiais levados pela enxurrada. Esses recursos estão circulando pela economia dos dois municípios, beneficiando ainda os comerciantes locais, que estão faturando com a venda de grande quantidade de móveis e eletrodomésticos.


 


Móveis comprados


 


“Já estão comprados os móveis”, informou Thiago Machado de Sousa, 21 anos, estudante de Direito no Campus da Universidade Federal do Piauí (UFPI), em Parnaíba. Mesmo estudando na cidade litorânea, Thiago mora com os pais no povoado Frecheira de São Pedro. Ele e sua família perderam tudo com o avanço das águas da Barragem Algodões I. A preocupação agora é arrumar um lugar para colocar móveis e eletrodomésticos recém adquiridos.


 


“É uma dificuldade, porque não temos casa para colocar esses móveis”, revelou. “Não pode deixar no meio do tempo porque está chovendo direto”, contou Thiago de Sousa. “Chuva e sol acabam qualquer coisa.” Segundo o estudante, enquanto as casas não ficam prontas, os móveis e eletrodomésticos novos em folha estão sendo guardados em casas de parentes ou nas lojas onde foram comprados. Contratempos que em breve deverão ser superados.


 


“Recebi R$ 4.500,00 em móveis e R$ 500,00, que peguei em espécie”, contou Maria Olívia da Silva de Carvalho, 54 anos, casada, aposentada da Secretaria da Educação e Cultura. Maria Olívia ainda mora, junto com o marido, em Frecheira de São Pedro, povoado bastante atingido pelas águas da Barragem Algodões I. Seus olhos ainda se enchem de lágrimas quando avalia as próprias perdas. Mas a indenização paga pelo Governo do Estado ajuda a encontrar forças para começar de novo.


 


Começar de novo


 


“Com fé em Deus, vou continuar, botar minha vida para frente”, disse a professora aposentada, que havia optado pelo sossego de morar na zona rural, plantando e criando seus animais. Ela afirmou estar confiante na ajuda do Governo do Estado no sentido de recuperar ao menos metade do que perdeu. E espera pela nova habitação, já que sua casa foi completamente destruída no dia 27 de maio deste ano. “Pelo menos a metade do que perdi já me serve. O resto eu corro atrás.”


 


 


Fonte: CCom