Sem categoria

Caxias do Sul parou por mais direitos trabalhistas

Uma grande manifestação ocorreu na manhã desta sexta-feira, dia 14 de agosto, em Caxias do Sul. No início da manhã, os principais acessos à cidade, na BR 116, KM 147, entroncamento com a 3ª Perimetral e na RS 122, em frente ao Martcenter, foram bloqueados pelos trabalhadores. Os protestos fazem parte da Jornada Nacional Unificada de Lutas. A manifestação prosseguiu na metade da manhã com uma caminhada pelas ruas centrais de Caxias e teve encerramento com ato público na Praça Dante às 11h30.

Ainda era madrugada, 5h30, quando os trabalhadores se reuníram em frente aos portões das empresas Fras-Le e Mundial. Após as assembleias, os manifestantes foram para as rodovias onde foi organizado o bloqueio e formou-se um grande engarrafamento. Na RS 122 os veículos parados formaram uma fila de mais de 5 Km no sentido Farroupilha-Caxias e 4 Km no sentido Caxias-Farroupilha.

Na BR 116, que corta o município, e é uma das principais vias de acesso à cidade bem como a diversas empresas, a mobilização também iniciou cedo. Já pelas 6h30 havia grande engarrafamento nos dois sentidos da rodovia, bem como na perimetral norte, uma das principais avenidas da cidade, que corta a BR e liga as zonas sul e norte de Caxias.

Líderes sindicais se revezaram em discursos chamando a atenção dos motoristas e trabalhadores que aguardavam nos onibus acerca das bandeiras de luta defendidas pelo movimento sindical. Entre elas a exigência do fim das demissões em massa, pela redução da jornada sem redução de salários, pelo fim do fator previdenciário, a ratificação das convenções 151 e 158 da OIT, redução dos juros, defesa da Petrobras e das riquezas do pré-sal, por mais investimentos em saúde, educação e moradia e o fim do superávit primário. As manifestações também denunciaram a grave situação em que se encontra o Rio Grande, por conta da crise política instalada no governo. Os manifestantes cobraram celeridade nas investigações dos casos de corrupção e a punição dos culpados. Para os sindicalistas, o governo Yeda está paralisado em função das graves denúncias em que está envolvido e não possui mais condições de continuar.

Outro tema que esteve presente nas manifestações foram as campanhas salarias em curso, como a dos Metalúrgicos e dos comerciários. Os trabalhadores denunciaram que as patronais estão usando o discurso da crise como argumento para manter o arrocho nos salários e direitos dos trabalhadores.

Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul e região, Assis Melo, a manifestação foi muito importante porque busca envolver e sensibilizar a sociedade acerca das bandeiras de luta dos trabalhadores. "Sabemos que uma manifestação como essa causa alguns transtornos. Mas transtorno maior é o desemprego, é o arrocho salarial, é a falta de direitos sociais. Nossa luta é pelo desenvolvimento, por mais justiça social, soberania, democracia." Melo salientou que são bandeiras importantes para toda a sociedade e também chamou a atenção para a necessidade do fim do fator previdenciário. "O argumento de que a Previdência vai quebrar se o fator previdenciário for derrubado não se sustenta. Isso é contraditório, levando em conta o governo paga R$ 150 bilhões por ano a título da dívida para os banqueiros internacionais," afirmou Assis.

Já o secretário de Comunicação da CTB RS, Pedro Pozenatto, destacou as lutas pela redução da jornada e pelo fim do fator previdenciário. Segundo ele, a manifestação conseguiu colocar este debate para o conjunto da sociedade. "Estes temas estão na pauta do Congresso para serem votaos ainda este ano, por isso são necessárias grandes manifestações. As de hoje foram um início neste processo." O dirigente classista também destacou a unidade dos movimentos sociais e das centrais sindicais nesta luta.

Fazem parte do grupo que organizou a movimentação em Caxias o Sindicato dos Metalúrgicos, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), União Geral dos Trabalhadores (UGT), Força Sindical, Central Única dos Trabalhadores (CUT) além do Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD), Sindicato dos Trabalhadores no Comércio de Caxias do Sul, Sindlimp, Sindicato dos Comerciários de Canela, Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários, Sindicato dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade (Sinthratur), SEAACOM e SindRef.

De Caxias do Sul para o Portal CTB,
Marcio Schenatto e Clomar Porto