Mercadante vai deixar a liderança do PT no Senado
Em discurso programado para esta quinta (20), o líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP), anunciará que vai deixar a liderança da sigla. O senador discordou da orientação do presidente da legenda, Ricardo Berzoini, para que os três senadores da sigla votassem no Conselho de Ética a favor do arquivamento das representações contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). O episódio desgastou o líder no comando da bancada.
Publicado 20/08/2009 13:57
Em entrevista nesta quarta (19)à imprensa, após reunião da bancada do partido, Mercadante declarou que "a decisão da Executiva Nacional do PT impôs uma disciplina partidária que, seguramente, não foi o melhor caminho para a bancada nem para o Senado". Ele frisou ainda que a sua postura, ao defender investigações a partir das denúncias contra Sarney, "expressa o sentimento majoritário da bancada do PT no Senado".
Na reunião, segundo nota publicada no seu site, Mercadante divulgou que recebeu sete pedidos dos dez senadores petistas para que não deixe o comando da bancada. "Não reivindico essa posição e estou aqui hoje para cumprir um papel. Não fosse por isso, voltaria a ser um senador da base", afirmou. A líder do Governo no Congresso, Ideli Salvatti (SC), o senador Delcídio Amaral (MS), a senadora Fát ima Cleide (RO) e Flávio Arns não quiseram comparecer.
O senador disse, ainda, que cumpriu seu papel de líder ao não substituir do conselho os senadores João Pedro (AM), Ideli Salvatti e Delcídio Amaral por parlamentares que não integram o partido. A medida seria uma alternativa para facilitar o arquivamento das denúncias e representações contra Sarney.
Nos bastidores, comenta-se que o líder foi duramente criticado por alguns de seus colegas de bancada por ter descumprido o acordo com a cúpula do partido e fazer jogo de cena com a opinião pública. O afastamento dele foi abertamente defendido por Delcídio Amaral após a reunião do conselho.
De Brasília com informações da Agência Senado e da assessoria de Mercadante