Poucos eleitores e ataques marcam "eleição" no Afeganistão
Uma participação escassa e fortes ações com bombas e foguetes da guerrilha em várias cidades marcaram nesta quinta-feira (20) as primeiras horas das "eleições" presidenciais e provinciais do país asiático, ocupado há quase 8 anos pelo imperialismo americano e europeu.
Publicado 20/08/2009 16:44
Nem uma férrea vigilância dos cerca de 100.000 soldados liderados pelos Estados Unidos e Otan e os 200.000 policiais e militares afegãos impediram os ataques dos rebeldes nas províncias de Kandahar, Ghazni e Helmand no sul do país e nas províncias do norte, Nangarhar, Kunar, Kunduz e Baghlan.
O coronel Abdullah Uruzgani, comandante de um batalhão da polícia de Cabul, comunicou à mídia que dois guerrilheiros teriam perdido a vida durante um enfrentamente com os militares.
Segundo a versão da polícia de Cabul, os guardas entraram em combate contra cinco homens armados no bairro de Kort e Naw, contra guerrilheiros que teriam detonado várias bombas em lugares diferentes da cidade.
Porta-vozes do Ministério afegão do Interior disseram que na província de Baghlan, norte do país, um chefe distrital de polícia morreu durante um ataque da guerrilha contra uma delegacia.
Na província de Kunduz, dois foguetes causaram danos a uma escola que servia como seção eleitoral, no entanto os artefatos não causaram vítimas. Ataques com mísseis também ocorreram na província de Helmand, no sul do país, onde duas bombas explodiram perto da delegacia de polícia, ferindo algumas pessoas.
30 candidatos disputam as "eleições", entre eles duas mulheres. Onze dos 41 candidatos originais retiraram sua candidatura. Além de um novo presidente, devem ser escolhidos 430 integrantes dos conselhos das 34 províncias.
De acordo com a Comissão Eleitoral, 17 dos 28 milhões de afegãos estavam aptos a votar.
Entretanto, a baixa participação no país pode afetar as possibilidades de uma reeleição para Hamid Karzai e dar impulso ao seu principal concorrente, o ex-chanceler Abdullah Abdullah, um dos principais favoritos.
A recontagem de votos começou após o fechamento das seções eleitorais e os primeiros resultados extra-oficiais serão conhecidos nos próximos dias. Os resultados provisórios serão revelados em 3 de setembro e os definitivos em 17 do mesmo mês.
Se nenhum dos candidatos obtiver mais de 50% dos votos, no início de outubro ocorrerá o segundo turno entre os dois candidatos que obtiverem o melhor resultado.