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Buena Vista encanta 10 mil pessoas em mostra de música em Olinda

Universalidade. Essa característica tão presente, determinante até, é prova de que a música ultrapassa barreiras e tem a capacidade de expressar emoções, independentemente do estilo, do ritmo. E quem esteve na Praça do Carmo, em Olinda, na noite de sábado (5), assistiu a um espetáculo carregado de emoção, um show lindo de viver, protagonizado pelos músicos cubanos do Buena Vista Social Club, pela primeira vez no Nordeste brasileiro.

"Não pensava que o povo aqui fosse tão cubano", disse Barbarito Torres, do grupo Buena Vista Social Club Stars, ao saber da admiração dos pernambucanos pela música feita na ilha caribenha quando o grupo chegou a Olinda, onde se apresentou na noite de sábado, como atração principal da 6ª edição da Mimo, a Mostra Internacional de Música em Olinda. A dimensão dessa paixão foi mostrada pelas cerca de dez mil pessoas que se aglomeraram na Praça do Carmo, no coração do centro histórico da cidade, para cantar e dançar boleros, salsas, merengues e chachachás.

Criado em 1998 com a reunindo músicos que se apresentavam no famoso clube das décadas de 1940 e 50, o grupo Buena Vista Social Club, que ganhou a alcunha "Stars" com a adição de integrantes do AfroCuban All Stars, fez sua primeira apresentação no Nordeste brasileiro.

Dos 13 integrantes do Buena Vista original, retratados no documentário do cineasta alemão Win Wenders, apenas dois fazem parte da nova formação, o "baqueta de ouro" Amadito Valdés e o "rei do alaúde" Barbarito, que tocaram acompanhados de veteranos como a diva do canto Teresa "Teté" García Caturla e o baixista Fabian García, e integrantes da nova geração como os cantores Idania Valdés, de 27 anos, filha de Amadito, e Mayito Rivera, do grupo Los Van Van.

Considerada uma das revelações da cena cubana atual, Idania apresentou, com sua voz poderosa, um tributo a Omara Portuondo e Compay Segundo, entoando os clássicos "Dos gardenias" e "Chan chan", acompanhada pelo público, além de homenagear a música brasileira com "Corcovado", de Tom Jobim.

Outro momento marcante foi o solo de alaúde de Barbarito, que malabarismos com o instrumento. Em seguida, o palco foi tomado pela vitalidade contagiante da diva da salsa Teresa García Caturla. Aos 71 anos, Teté dominou a plateia com carisma e voz, fazendo as pessoas repetirem os versos "Ay mamá, qué pasó?" do sucesso "El cuarto de Tula" enquanto atirava um chocalho ao público, que o devolvia logo depois.

A despedida aconteceu ao som da inevitável "Guantanamera", seguido de um "adiós" festivo, com todos no palco.


Fonte: G1