Lei Seca faz 6 meses com 2 mil vítimas a menos no trânsito do RJ

Ao longo desses 185 dias, foram realizadas 843 operações, uma média de 4,5 ações a cada dia. Nesse período, foi registrada uma queda de mais de 2 mil vítimas de acidentes de trânsito na cidade do Rio, em comparação com o mesmo período de 2008, de acordo com dados do Grupo de Socorro de Emergência (GSE), do Corpo de Bombeiros.

Até 19 de setembro, quando a Operação Lei Seca completou seis meses, foram abordados 71.269 motoristas. Desses, apenas 4.626 — ou 6,5% do total — se recusaram a realizar o teste do etilômetro. Dos 66.643 exames realizados, a infinita minoria — 1.670 motoristas — havia ingerido alguma quantidade de bebida alcoólica, o que demonstra que os condutores estão mais conscientes.

Nesses seis meses, foram aplicadas 14.297 multas, 6.221 carteiras de habilitação foram recolhidas e 4.688 veículos precisaram ser rebocados.

Para subsecretário de Estado de Governo e coordenador-geral da Operação Lei Seca, Carlos Alberto Lopes, a ação está alcançando o seu objetivo principal, que é salvar vidas.

"A nossa missão é mudar o comportamento dos motoristas, conscientizá-los a nunca dirigir depois de beber, evitando, assim, que pessoas continuem morrendo todos os dias no trânsito. O balanço desses seis primeiros meses de ações diárias nos mostra que estamos no caminho certo", afirmou Lopes.

Em agosto deste ano, a redução de vítimas de acidentes na capital foi de 23,3%, em comparação com o mesmo mês de 2008. Em julho a queda ficou em 20,6%, e em junho, 25,6%. Já no mês de maio, a redução foi de 36,2%, enquanto em abril, a diminuição foi de 23,6%. De 19 de março a 19 de abril – período que compreende o primeiro mês da Operação –, o número de vítimas registrou queda de 19%.

A Operação é uma campanha educativa e de fiscalização, de caráter permanente, que abrange os bairros da Capital e municípios da Região Metropolitana (Niterói, São Gonçalo e Maricá) e da Baixada Fluminense. As ações são desenvolvidas nas vias com maior número de acidentes – como é o caso, por exemplo, das avenidas Brasil e das Américas (as duas campeãs de colisões e atropelamentos) – e perto de locais de grande concentração de pessoas, principalmente à noite. A ação é inédita no Brasil por contar com a participação de cadeirantes – vítimas de acidentes de trânsito – no trabalho de conscientização.

Durante as operações, os motoristas são abordados em blitzes nas ruas e passam pelo teste do etilômetro para medir o teor de bebida alcoólica no sangue. Em paralelo, cadeirantes, estudantes de Medicina e fiscais da Secretaria de Estado de Governo fazem panfletagem em bares, boates e restaurantes sobre o perigo de misturar direção e álcool. Participam ainda da operação o Detran, a CET-Rio, a Uerj, a UFRJ, a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, a ONG Trânsito Amigo, 260 associações de taxistas, a Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor), a SuperVia, o Metrô-Rio e as Barcas S.A.

A lei federal 11.705, batizada de Lei Seca, entrou em vigor no dia 20 de junho de 2008. Desde então, ficou proibido o consumo de bebida alcoólica por motoristas. Quem é pego dirigindo depois de beber é multado em R$ 957,70 e tem a carteira de habilitação retida, podendo ter o direito de dirigir suspenso por 12 meses.

Fonte: Correio do Brasil