Desigualdades entre ricos e pobres ainda são gritantes
Relatório de Desenvolvimento Humano 2009 divulgado, nesta segunda-feira, pelo Pnud destaca o potencial da migração; nove países africanos ocupam os 10 últimos lugares do índice de desenvolvimento humano.
Publicado 05/10/2009 19:48
Apesar dos progressos registrados em vários setores ao longo dos últimos 25 anos, as disparidades entre os países ricos e pobres ainda são gritantes.
A afirmação está no Índice de Desenvolvimento Humano divulgado, nesta segunda-feira, em Bangkok, na Tailândia, como parte do Relatório de Desenvolvimento Humano 2009.
Indicadores Sociais
O índice classifica os 182 países do mundo de acordo com vários indicadores sociais, incluindo a expectativa de vida, acesso à educação, renda per capita e taxa de alfabetização.
Os três primeiros lugares da lista são ocupados pela Noruega, Austrália e Islândia. A França voltou ao grupo dos dez primeiros classificados. Já os Estados Unidos ocupam a 13ª posição.
Os dez últimos postos do índice são ocupados por países africanos, com a exceção do Afeganistão.
Desigualdades
A especialista em políticas do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas, Pnud, Isabel Pereira, uma das autoras do relatório, disse à Rádio ONU, em Nova York, que o índice mostra desigualdades gritantes nos países de língua portuguesa.
"Por exemplo no caso de Cabo Verde, os 10% mais pobres no país têm cerca de 2% de todo o rendimento ou toda a despesa comparado com os 10% mais ricos que controlam cerca de 40% da riqueza. Trata-se de uma grande disparidade. Mas a diferença é ainda maior em Angola. Os 10% mais pobres só têm acesso a 0,06% da riqueza enquanto os 10% mais ricos têm acesso a 45% da riqueza. O Brasil é outro país onde a desigualdade, principalmente de rendimentos, é bastante grande", disse.
Migração
O Relatório de Desenvolvimento Humano 2009 destaca a importância de movimentos migratórios. O estudo indica que a livre circulação de pessoas entre países tem o potencial para melhorar as vidas de milhões no mundo.
O relatório realça que a migração é inevitável e constitui uma dimensão importante do desenvolvimento humano.
Fonte: Rádio das Nações Unidas