Trabalhadores amazonenses rumo a marcha das centrais

Os sindicalistas amazonenses estão em ritmo de mobilização para a grande marcha das centrais de trabalhadores, a ser realizada em Brasília, no dia 11 de novembro. Aguerridos na busca pela redução da jornada de trabalho das atuais 44 para 40 horas semanais, sem a diminuição dos salários, os trabalhadores se organizam para a atividade nacional. A vontade é tanta que já vislumbram uma passeata para o mesmo dia no Estado.

De acordo com o dirigente estadual da CTB, Edilon Queiroz, a meta da entidade é levar 10 trabalhadores amazonenses para participar da marcha na capital federal.. Esse número deve ser dividido entre as entidades sindicais ligadas a CTB, que conta dentre outros associados com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (SINTEAM), entidade com o maior número de sindicalizados de todo Estado.

A reportagem entrou em contato com o presidente estadual da CUT, Waldemir Santana, pelo número 91XX-XX34, mas não foi atendida. No entanto, espera-se que a maior central de trabalhadores no Amazonas contribua com números mais elevados a fim de aumentar o coro dos sotaques amazonenses no evento nacional.

Segundo Edilon, que também é da direção do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas, somente tal categoria levará 12 trabalhadores à Brasília. Somado aos outros diversos sindicatos ligados a CUT, espera-se uma mobilização ainda maior.

Além da CTB e da CUT, compõem o núcleo das centrais organizadoras da marcha a UGT, CGTB, Força Sindical, e NCST. Em fase final de movimento grevista, o Sindicato dos Bancários no Estado, ligado a UGT, confirmou a participação de alguns de seus dirigentes, mas não precisou a quantidade. O presidente da entidade, Nindberg dos Santos, afirmou que a categoria já atua com jornada diferenciada. No entanto, a participação será no sentido de fortalecer a reivindicação de outras categorias.

Apesar das atenções estarem sendo voltadas à manifestação que se encerrará em frente ao Congresso Nacional, é possível que haja alguma atividade de rua em Manaus. As negociações entre os dirigentes das centrais de trabalhadores no Estado já iniciaram e sinalizam com a possibilidade real de engrossar o coro pela redução da jornada de trabalho pelas ruas do centro da capital do Amazonas.

Bandeira histórica do movimento sindical no Brasil, a redução da jornada de trabalho foi aprovada em Comissão Especial da Câmara dos Deputados, no final do mês de junho, e as mobilizações tem por objetivo pressionar para que a votação em plenário ocorra ainda este ano. A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 231/95, que apresenta nas casas legislativas federais o anseio dos trabalhadores, é de autoria dos senadores Ignácio Arruda (PCdoB-CE) e Paulo Paim (PT-RS).

De Manaus,
Anderson Bahia