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Para Cabral, PMs envolvidos no caso AfroReggae são bandidos

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), afirmou que os policiais que não socorreram o coordenador do AfroReggae, Evandro João da Silva, morto por assaltantes, são "vagabundos" e serão expulsos da corporação em rito sumário. As informações foram dadas por Cabral em entrevista exclusiva à revista Época.

"Os vagabundos da PM que foram presos por não socorrer o coordenador do AfroReggae e roubar os objetos que estavam com os assaltantes – isso só aconteceu por conta da tecnologia, as câmeras instaladas na rua e no banco onde ocorreu o crime. Eles estão presos, serão expulsos da PM em rito sumário. Responderão criminalmente pelo que fizeram. Porque são bandidos, são marginais, criminosos. E temos vários outros policiais respondendo a processos, mesmo eu acreditando que a grande maioria tenha boa índole e queira ser reconhecida pela população", disse Cabral.

De acordo com a Época, Cabral também disse que, no prazo de seis anos, quer acabar com as áreas do Rio de Janeiro que hoje são ocupadas por traficantes e milicianos. Para que isso aconteça, o governador disse que manterá a política de confronto. Para que isso ocorra, o governador afirmou que irá equipar melhor seus policiais, através de um convênio com o governo federal e também irá lutar pela unificação das polícias Civil e Militar.

Cabral também afirmou que o estado democrático impede o governo de punir os policiais envolvidos em casos de corrupção. Ele citou o exemplo da Colômbia, no qual o chefe do estado-maior tem "cheque em branco" para punir os maus policiais.
Na entrevista, o governador afirmou que explicou a verdadeira situação da violência no Rio de Janeiro aos membros do Comitê Olímpico Internacional (COI) e e que possui um mapeamento da cidade, das principais comunidades e centros da organização criminosa. "Ninguém vendeu o Rio como ilha da fantasia, a gente só garantiu que tem know-how pra fazer eventos internacionais sem risco", disse.

Cabral disse também que a sua intenção é chegar a 2016 com uma boa situação de segurança pública, não somente para os turistas, mas também para os moradores. Além disso, ele criticou os governos anteriores ao dizer que eles tinham um pacto pela imobilidade. "Durante muito tempo, tivemos no Rio governos que apostavam no pacto pela imobilidade, que gera algum conforto, pois convive com um mundo que cresce paralelo nos morros", afirmou.

Durante a entrevista, o governador afirmou que, em dezembro, irá dar uma gratificação de R$ 350 para os policiais que estão nas ruas. Ele também falou que o seu governo paga um reajuste no salário dos policiais a cada ano. "Sabemos que o salário inicial, de R$ 970 , é baixo. Mas, se compararmos 2006 com 2010, há 66% de acréscimo real na folha de pagamentos dos policiais do Rio".

Fonte: Terra