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CPI da Petrobras chega ao fim sem os senadores demo-tucanos

Os senadores da oposição abandonaram nesta terça (10) a CPI da Petrobras num dos momentos mais aguardados: o depoimento do presidente da empresa, José Sérgio Gabrielli. Além da indelicadeza, para o presidente do colegiado, João Pedro (PT-AM), um erro lamentável pois perderam a oportunidade de promover o enfrentamento político. Mesmo assim, Gabrielli falou sobre todas as irregularidades que pesam contra a estatal.

A exposição do dirigente concorreu com uma coletiva convocada pelo PSDB e DEM para anunciar que a oposição vai protocolar no Ministério Público Federal (MPF) 18 representações para que sejam investigados os fatos que consideram graves. “Na verdade a CPI não existiu. O fato de ser instalada não significa que ela tenha atuado”, disse o tucano Álvaro Dias (PR).

Na ausência dele, de ACM Júnior (DEM-BA) e Sérgio Guerra (PSDB-PE), titulares da comissão, o relator Romero Jucá (PMDB-RR) anunciou que entregará o relatório final num prazo de dez dias.

“Lamento essa postura da oposição (…) Essa CPI é do Senado e do povo brasileiro e não tem a chancela dos partidos de oposição”, disse o relator. Segundo ele, todos os questionamentos da oposição foram esclarecidos e serão objetos do seu relatório. Destacou que a CPI cumpriu o objetivo ao ouvir o Tribunal de Contas da União (TCU), Polícia Federal (PF), MPF, representantes da empresa e das contratas.

Estratégia fracassada

Para o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), titular da comissão, a estratégia da oposição em transformar a CPI num palco político contra o governo fracassou, mas permitiu às empresas prestadoras de serviços a prestarem informações técnicas incontestáveis.

“A oposição participou até quando ficaram sem argumento e não tinha como contestar, sendo a única alternativa a retirada. Ao final, pela teimosia, cumpriu seu papel de oposição e permitiu que a Petrobras esclarecesse o seu funcionamento (…) No início tínhamos a preocupação de que a CPI poderia atrapalhar os investimento, mas as investigação terminou e resultou positiva para o Brasil”, considerou Inácio.

A líder do Governo no Congresso e integrante da CPI, Ideli Salvatti (PT-SC), ironizou os oposicionistas que consideram as representações no MPF uma investigação paralela. “Tem o TCU, a CGU e uma CPI em andamento e ainda precisa de uma paralela?”

Disse ainda que a empresa possui uma auditoria interna que cresceu em número de funcionários 173% de 2000 a 2009. A auditoria externa é feita por uma das quatro principais empresas do mundo, a KPMG. Por ter ações na bolsa, a estatal também está sujeita a análise da Comissão de Valores Imobiliários no Brasil e o equivalente nos estados Unidos, além das bolsas de São Paulo, Nova Iorque, Madri e Argentina.

“Então eu fico perguntando se os reais motivos de terem feito a proposição de instalação e estarem se retirando não é uma situação política eleitoral muito clara”, disse.

Da Sucursal de Brasília,
Iram Alfaia