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Crise de Honduras é marco na cobertura jornalística da Telesur

O golpe de Estado em Honduras é considerado um marco na cobertura jornalística da emissora Telesur, de acordo com seu presidente, Andrés Izarra, para quem o canal se converteu na voz "da América Latina desde a América Latina".

"Temos tido um crescimento sustentado nesses quatro anos, mas sem dúvidas que o caso de Honduras foi um pontapé — não apenas para o reconhecimento da emissora e do trabalho da equipe jornalística, mas também em relação à demanda de nosso sinal, que começa a ser cada vez mais uma referência", declarou Izarra à Ansa.

O presidente da emissora destacou a cobertura da Telesur sobre a crise política de Honduras, relembrando que a emissora se adiantou ao golpe de Estado ocorrido em 28 de junho ao detectar o nível de conflituosidade que surgia no país com a destituição do chefe das forças armadas, Romero Vázquez, por parte do presidente Manuel Zelaya.

"Enviamos e reforçamos nossas equipes para a cobertura. Foi o que nos permitiu estar na história antes dos demais e dar um ângulo do estava ocorrendo desde a própria notícia", destacou Izarra.

Durante a cobertura da crise hondurenha, dois momentos foram significativos para a Telesur: quando os militares expulsaram a equipe do país e, posteriormente, no momento em que o canal fora obrigado a se retirar da embaixada do Brasil, onde Zelaya está hospedado desde 21 de setembro, devido aos gases emitidos por membros das forças armadas, defensores do regime de facto presidido por Roberto Micheletti.

Em visita à Argentina, onde dá continuidade a negociações para que o canal possa ser assistido no país, Izarra negou que o canal seja uma "propaganda política", como insinua setores "da direita".

"Não é uma operação de propaganda política, mas jornalística, que busca oferecer uma visão de América Latina desde a América Latina. Temos uma linha editorial como qualquer outro meio de comunicação, como tem a BBC ou a CNN, mas temos uma capacidade informativa na América Latina que está consolidada e é muito poderosa", destacou.

Sobre a linha editorial da Telesur, Izarra explicitou que a emissora "tem uma agenda própria, uma preocupação muito grande com os processos sociais que ocorrem em nossa região, por esse processo de despertar político, por esta construção de uma nova ordem geopolítica, nova ordem social que está surgindo na América Latina".

Depois de destacar que as pessoas têm percebido a diferença entre uma cobertura da América Latina feita no próprio continente de uma realizada "desde Atlanta", Izarra aceitou que a Telesur seja tida como o canal Al Jazeera da região.

"Acreditamos, esperamos e desejamos que a Telesur deva cumprir um trabalho para a América Latina como a Al Jazeera fez no mundo árabe, sendo a voz dos países árabes frente aos conteúdos de outras organizações que se irradiavam na região", indicou. (

Da Redação, com informações da Ansa