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Obama admite que quebrará promessa de fechar Guantânamo

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, admitiu nesta quarta-feira (18) pela primeira vez que não conseguirá fechar a prisão ilegal de Guantânamo na data estipulada por ele, de janeiro de 2010. "Nós tínhamos um prazo específico que não foi cumprido", afirmou Obama à NBC. Ele havia anunciado solenemente a decisão de fechar Guantânamo em 12 mesesem sua primeira semana na Casa Branca.

"Em Guantânamo nós tínhamos um prazo específico que foi perdido", admitiu Obama para a NBC, em Pequim. "Estamos imersos em uma trajetória e um processo em que eu antecipo que Guantánamo será fechado no próximo ano", disse Obama. Mas agregou que não ia "marcar uma data exata, porque depende muito da cooperação do Congresso".

Guantânamo ainda abriga mais de 200 prisioneiros acusados de de terrorismo, capturados na "Guerra ao Terror", declarada pelo republicano George W. Bush. Os presos, de diferentes nacionalidades, são mantidos em um limbo jurídico, motivando numerosas acusações de que os EUA estão violando a Carta dos Direitos Humanos. Ao anunciar o plano de fechamento, Obama disse que a prisão não obedece aos padrões americanos de direitos humanos e civis.

Christopher Anders, da União Americana pelas Liberdades Civis, declarou-se "desapontado" com a frustração do prazo, mas agregou que "mais importante" é que o fechamento se faça "da forma correta". "Isto significa que os detentos possam ser processados em uma corte criminal civil, como os acusados do 11 de Setembro estão sendo, e que as pessoas que não sejam acusadas de crimes sejam isentadas e estabelecidas ou repatriadas para lugares onde sejam felizes e fora do perigo de serem torturadas ou abusadas", agregou.

"Não deveríamos ter mais gente submetida a julgamentos militares. E não devíamos ter pessoas que continuam detidas indefinidamente e sem acusação", agregou Anders, que trabalhou como observador de direitos humanos na Base de Guantânamo, ocupada pelos EUA há mais de um século na costa sudeste de Cuba.

Da redação, com agências