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China diz que EUA desvalorizam dólar para transferir turbulências

O governo da China disse que os Estados Unidos, ao desvalorizar o dólar, adia a recuperação da economia mundial e transfere os riscos de turbulências para outras economias. Pequim alerta que cabe às autoridades americanas estabilizar a moeda para impedir perdas ainda maiores na economia mundial e no fluxo de comércio.

O ministro do Comércio da China, Chen Deming, descartou mudanças na política cambial do país. "Não sei por que as pessoas insistem nisso. Em 2008, o superávit da China foi de US$ 290 bilhões. Neste ano, vai cair US$ 100 bilhões."
Segundo ele, no contexto da atual crise, o país oferece incentivos para estimular o consumo. "O resultado é que as importações cresceram de forma rápida e as exportações caíram de uma maneira séria", disse.

"Enquanto isso, há outra potência econômica importante que está depreciando sua moeda e não vejo críticas contra ela", disse Deming. "Um grande país está depreciando sua moeda, criando grandes problemas para a recuperação da economia e transferindo os riscos para os demais países", afirmou. Sobre o yuan, o ministro disse que não há intenção de mudanças.

"Desde 2005 a moeda chinesa sofre mudanças. Desde essa época, a variação já chegou a 20%." Pequim insiste que seu objetivo é garantir uma moeda estável. "A estabilidade é importante para a economia e para a recuperação mundial", disse. "A estabilidade é consistente com o comportamento da China e também com as necessidades da economia global. Se tivermos flutuação, o que posso garantir é que o impacto será negativo", destacou.

Segundo Chen, o governo chinês superou diversas dificuldades no último ano para impulsionar o consumo interno e os investimentos, além de ter ampliado as exportações. A atitude atual das autoridades chinesas para com o Yuan corresponde à necessidade do desenvolvimento da economia nacional e favorece a estabilidade da economia mundial.
Ainda de acordo com Chen, a desvalorização das principais moedas do mundo trouxe muitos desafios à economia mundial, mas não seria razoável desviar essas dificuldades a outros países.

As informações são China Rádio Internacional