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Partidos comunistas querem maior coesão contra o capital

O 11º Encontro Internacional de Partidos Comunistas e Operários, realizado entre os dias 20 e 22 de novembro em Nova Deli, Índia, aprovou um documento conjunto (agora disponível em português) em que faz um diagnóstico da atual conjuntura internacional – com ênfase na crise capitalista – e aponta ações que podem ser desenvolvidas conjuntamente pelas organizações em cada país a fim de fortalecer a luta pelo socialismo.

11º Encontro de Partidos Comunistas e Operários, Nova Deli, 20 a 22/11/2009

O evento, coordenado pelo Partido Comunista da Índia (Marxista) e pelo Partido Comunista da Índia, reuniu 54 partidos de 50 países. O PCdoB, que foi anfitrião do encontro no ano passado, em São Paulo, foi representado por José Reinaldo Carvalho e Ricardo Abreu “Alemão”, membros do secretariado nacional.

Conforme explicou Carvalho, a reunião “indicou temas concretos e ações em torno das quais os partidos comunistas e operários devem coordenar globalmente sua atuação”. Para ele, “este foi mais um passo no sentido de fortalecer a unidade de ação das organizações; além disso, a resolução aprovada traz indicações claras para que esses partidos desempenhem um papel cada vez maior na luta antiimperialista e pelo socialismo”.

Pontos cruciais

Das discussões ocorridas nesses três dias de encontro, alguns pontos são indicados como fundamentais para a coesão de ações na busca pelo socialismo. Entre eles, estão a luta contra a Otan e a militarização internacional e pela paz contra as guerras imperialistas; a intensificação da solidariedade com o povo palestino e sua luta por um Estado nacional independente, levando em conta o encontro extraordinário realizado em setembro, na Síria, e a reafirmação do 29 de novembro como dia internacional de solidariedade à luta do povo palestino. A data é uma alusão ao dia em que a ONU decretou a criação do Estado de Israel, em 1947.

O encontro também definiu a realização de uma série de atos em 2010 em comemoração ao 65º aniversário da derrota do fascismo e indicou a necessidade de reforçar a mobilização em defesa dos direitos dos trabalhadores em parceria com o movimento sindical internacional.
Colocou ainda que é preciso intensificar a solidariedade internacional pela libertação dos cinco cubanos detidos pelos Estados Unidos e reforçar os movimentos populares exigindo dos governos nacionais a implementação de políticas em defesa dos direitos do povo. Também ficou definido que no próximo ano o encontro acontecerá na África do Sul, sob a responsabilidade do PC Sul-Africano.

Declaração

Sobre a crise capitalista, o documento coloca que ela “intensifica as rivalidades entre as potências imperialistas que, juntamente com as instituições internacionais, o FMI, Banco Mundial, a OMC entre outras, estão implementando suas "soluções" que visam essencialmente a intensificar a exploração capitalista”. Neste mesmo sentido, afirma que a Otan “está promovendo uma nova estratégia agressiva” e que “os sistemas políticos estão cada vez mais reacionários, cerceando as liberdades democráticas e os direitos civis, sindicais, etc. Esta crise é o aprofundamento ainda maior da corrupção estrutural sob o capitalismo que está sendo institucionalizada”.

Sobre a natureza do capitalismo, diz que “é inerentemente um propagador de crises” e que “exige a manutenção de um exército-reserva de trabalho”. A “libertação de tal barbárie capitalista apenas pode acontecer com o estabelecimento da real alternativa, o socialismo”, afirma.
Por isso, aponta que “os partidos comunistas e operários devem trabalhar ativamente para reunir e mobilizar o maior número possível das forças populares na luta por um emprego estável em tempo integral, saúde exclusivamente pública e gratuita para todos, educação e assistência social, contra a desigualdade entre os gêneros e o racismo e para a proteção dos direitos de todas as camadas das classes trabalhadoras, incluindo os jovens, as mulheres, os trabalhadores migrantes e as minorias étnicas e nacionais” e os convoca a “realizar esta tarefa em seus respectivos países e lançar grandes lutas pelos direitos dos povos e contra o sistema capitalista”. Segundo a resolução, “a ausência de um contra-ataque comunista engendra o risco de aumento das forças reacionárias”.

Da redação