Um ano após matar Alexis, polícia grega repete show de violência
Violentos choques entre milhares de jovens manifestantes e tropas de choque da polícia se repetiram na Grécia neste domingo (6), pelo segundo dia. Os protestos marcavam o aniversário do assassinato pela polícia de Alexis Grigoropoulos, 15 anos. O crime deflagrou na época uma rebelião juvenil, que neste fim de semana ensaiou uma reedição.
Publicado 06/12/2009 16:00
Alexis, secundarista, 15 anos de idade, foi morto a tiros por um policial em 6 de dezembro do ano passado, na no bairro de Exarchia, em pleno centro de Atenas. Sua imagem tornou-se o ícone de uma violenta explosão de revolta juvenil, que se espalhou pelas grandes cidades gregas e durou duas semanas.
O novo governo, do Pasok (social-democrata), elegeu-se em boa parte devido ao descontentamento provocado pela repressão à onda de protestos juvenis de 2008. Prometeu uma reforma na formação dos policiais e enviar o policial assassino a julgamento – o que anda não ocorreu. Neste fim de semana, a polícia grega, cuja tradição de brutalidade vem desde bem antes da ditadura de 1967, voltou a investir sobre os jovens.
Ocorreram choques violentos. A polícia usou gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes e fez mais de uma centena de prisões. O governo alegou que os protestos incluiam atos de vandalismo e estavam sendo incitados por estrangeiros de extrema-esquerda, vindos de outros países europeus.
As manifestações do aniversário da morte de Alexis começaram na sexta-feira (4) e devem ir até segunda. Foram convocadas por entidades secundaristas, universitárias, de professores e sindicais. Dezenas de faculdades gregas estão ocupadas durante o fim de semana. O sindicato dos funcionários do Estado decretou uma paralisação durante a segunda.
Da redação, com agências