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Medo de afundar faz insulares clamarem por apoio em Copenhague

Um rotundo "não" foi mantido nesta sexta-feira (11) pelos 42 estados insulares presentes em Copenhague, sede da Conferência da ONU sobre a Mudança Climática, diante das tentativas de impor um acordo considerado "débil" por esses estados.

A AOSIS, a aliança que une os Estados, declarou que não aceitará um "pacto fraco" nesta cúpula e retomou a demanda por um tratamento jurídico vinculante, que limite o aquecimento global a 1,5 graus centígrados.

Não sendo assim, aos efeitos provocados por "alguns países, estamos falando de um afundamento total", insistiu o vice-presidente do grupo e representante das Ilhas Salomão, Collin Beck.

Se se tratasse de um limite superior a 1,5 graus, estariamos obrigados a discutir questões como a relocação, a migração e a indenização, agregou Beck.

O desespero em alguns atóis do Pacífico chega a tal extremo que Tuvalu levantou a voz na tarde de quinta-feira, durante reunião da AOSIS, instando que o corte de emissão contaminante seja igual tanto para ricos quanto para pobres, uma ação considerada delirante pelos países emergentes que compõem o Grupo dos 77.

Para a aliança das ilhas do Pacífico, Índico e Caribe, toda proposta para limitar o aquecimento global a 2,0 graus centígrados em relação à etapa pré-industrial, a mais promovida dentro da Conferência, exporia seus membros a inundações catastróficas com o aumento do nível dos mares.

"Temos falado sobre a mudança climática durante 20 anos e, infelizmente, teve que acontecer uma crise para se obter a atenção do mundo", comentou Beck.

No entanto, agregou, "A associação não aceitará um acordo fraco".

Por sua vez, Dessima Williams, de Granada, a ilha caribnenha que preside a AOSIS, declarou que "não é possível aceitar um aumento da temperatura de mais de 1,5 graus".

Em uma coletiva de imprensa na última quinta-feira, quarto dia de negociações para um acordo global que freie o desastre climático, Dessima reiterou que a responsabilidade de reduzir as emissões de dióxido de carbono e de financiar a luta mundial contra a mudança climática recai em grande parte nos países industrializados.

Fonte: Prensa Latina